Mundo
Boris Johnson lança campanha pela liderança britânica com promessa de Brexit em outubro

O ex-prefeito de Londres Boris Johnson deu a largada em sua campanha para suceder a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, nesta quarta-feira (12).
Ele prometeu tirar o país da União Europeia até 31 de outubro e alertou seu dividido Partido Conservador que “atraso significa derrota”.
Johnson é o favorito para assumir o cargo mais importante da nação. Há quase três anos, ele comandou a campanha oficial de saída da UE.
Em seu primeiro ato oficial de campanha, louvou a força da economia britânica, prometeu concretizar o Brexit até 31 de outubro e combater o desespero que assola o Reino Unido.
“Depois de três anos e dois prazos vencidos, precisamos sair da UE em 31 de outubro”, disse ele diante da Academia Real de Engenharia, no centro de Londres.
“Não busco um resultado sem acordo”, disse Johnson, ex-secretário das Relações Exteriores e ex-prefeito de Londres de 54 anos.
“Não acho que acabaremos com nada do tipo, mas é questão de responsabilidade se preparar vigorosa e seriamente para a falta de acordo. De fato, é surpreendente que alguém possa sugerir dispensar essa ferramenta vital da negociação”.
Conservadores vão decidir quem será o sucessor de May
Johnson, cujo estilo excêntrico o ajudou a minimizar uma série de escândalos, conquistou muitos de seu partido argumentando que só ele pode resgatar os conservadores realizando o Brexit.
Para muitos, ele só pode perder para si mesmo na disputa pelo posto de premiê – ele tem os apoiadores conservadores mais explícitos no Parlamento e é muito popular entre seus correligionários, as pessoas que decidirão o sucessor de May.
Quando lhe indagaram se ele é de confiança, Johnson disse que é. Questionado se já violou a lei, ele disse ter dirigido acima do limite de velocidade. Ao lhe perguntarem se já mexeu com drogas ilegais, ele saiu pela tangente.
Como no referendo de 2016 sobre a filiação à UE, a mensagem de Johnson é clara: qualquer outro atraso no Brexit e o Partido Conservador corre o risco de abrir as portas para um governo liderado pelo líder opositor trabalhista e socialista veterano Jeremy Corbyn.
“Simplesmente não conseguiremos um resultado se dermos a impressão de que queremos continuar cozinhando em fogo brando e tivermos mais atrasos”, afirmou. “Atraso significa derrota, atraso significa ruína”.
O Reino Unido pode estar rumando para uma crise constitucional por causa do Brexit, já que muitos dos candidates que querem substituir May estão dispostos a romper com o bloco em 31 de outubro sem um acordo, mas o Parlamento sinalizou que tentará evitar essa situação.

Mundo
Bolsonaro se reunirá com Xi Jinping no Japão antes do início do G20

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Antes de estrear na cúpula de líderes do G20 em Osaka, no Japão, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) terá um encontro bilateral com o dirigente chinês Xi Jinping na próxima sexta-feira (28).
Na conversa, Bolsonaro vai falar sobre a agricultura brasileira e seu desejo de que o Brasil passe a exportar produtos de maior valor agregado ao país asiático. Hoje o comércio é fortemente baseado na venda de commodities brasileiras aos chineses.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil e foi destino de 27% das exportações brasileiras entre janeiro e maio deste ano, somando US$ 25 milhões.
Bolsonaro e Xi devem tratar de visitas de ambos aos países parceiros. O brasileiro tem viagem oficial prevista para a China em agosto e o chinês deve viajar ao Brasil em novembro, para participar da Cúpula dos Brics.
Esta será a primeira participação de Bolsonaro em uma reunião do cúpula do G20. Além da bilateral com Xi, ele deve ter uma reunião a sós com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
O encontro é uma mudança de postura do presidente brasileiro, que, durante a campanha, dizia que a China “estava comprando o Brasil”.
Desde o início do governo, Bolsonaro fez gestos de aproximação entre os dois países, deixando para trás a fala que adotou como candidato.
Em maio, a ministra Tereza Cristina (Agricultura) viajou à China para tratar das relações comerciais com os asiáticos.
Em viagem a Roma na última semana, ela apoiou a candidatura do vice-ministro da Agricultura da China, Qu Dongyu, recém-eleito diretor da FAO.
Também em maio, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, viajou a Pequim para participar da reunião da Cosban (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação).
Durante o encontro, ao lado do vice-dirigente chinês, Wang Qishan, ele discutiu temas como fabricação e venda de aviões da Embraer para os chineses e de produtos de frigoríficos brasileiros.
Mourão também se encontrou com o presidente-executivo da Huawei, Ren Zhengfei, e disse que o Brasil não pretende restringir as atividades da empresa chinesa.
A Huawei foi vetada de instalar redes de 5G nos EUA pelo presidente Donald Trump, sob a acusação de espionagem. Os americanos vêm pressionando aliados a adotar postura semelhante.
Apesar da mudança de postura de Bolsonaro, uma maior aproximação com a China não é consenso em seu governo.
Em entrevista recente à revista Veja, o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, disse que o tema da Huawei no Brasil “ainda está sob análise”, destoando do tom adotado por Mourão.
Ernesto e o escritor Olavo de Carvalho, influente no governo Bolsonaro, são contrários a uma maior aproximação com o país asiático e defendem que o Brasil se mantenha ao lado dos EUA na guerra comercial travada entre eles.
A necessidade de reduzir a co-dependência com o gigante asiático foi um dos principais assuntos do jantar para o presidente Jair Bolsonaro durante visita a Washington, em março.
A reunião de Cúpula do G20, que tem início na sexta, terá como pano de fundo novos desdobramentos da guerra comercial entre EUA e China diante da expectativa do resultado do encontro entre Xi e Trump que deve ocorrer no Japão.