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UE não vai reabrir acordo do Brexit com próximo líder britânico

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reiterou nesta terça-feira (11) que a União Europeia (UE) não vai renegociar o acordo do Brexit, concluído com Londres em novembro passado, com o próximo primeiro-ministro britânico.
“Não haverá renegociação sobre o conteúdo do acordo de saída”, assegurou o chefe do Executivo da UE em um evento organizado pelo meio de comunicação Politico Europe.
Depois de fracassar três vezes em sua tentativa de fazer o Parlamento britânico aprovar o acordo alcançado em novembro com Bruxelas, a primeira-ministra Theresa May anunciou sua renúncia. Agora, dez membros de seu Partido Conservador disputam sua sucessão.
Um deles, o chanceler Jeremy Hunt, expressou confiança no fim de semana de que os europeus “estariam dispostos a renegociar”. Enquanto o favorito, seu predecessor Boris Johnson, chegou a ameaçar não pagar à UE a conta do Brexit.
“Este não é um tratado entre Theresa May e Juncker. Este é um tratado entre o Reino Unido e a UE, que deve ser respeitado por quem quer que seja o próximo primeiro-ministro britânico”, disse o chefe da Comissão.
Juncker manifestou, no entanto, a disposição da UE de prestar “esclarecimentos, precisões e acréscimos” à Declaração Política, um texto que acompanha o acordo de divórcio e que é a base para as negociações sobre as futuras relações entre as duas partes.
O Reino Unido deveria ter deixado a UE em 29 de março, conforme acordado pelos britânicos em um referendo em junho de 2016, mas a partida foi adiada para 31 de outubro pela falta de acordo de Westminster.

Mundo
Bolsonaro se reunirá com Xi Jinping no Japão antes do início do G20

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Antes de estrear na cúpula de líderes do G20 em Osaka, no Japão, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) terá um encontro bilateral com o dirigente chinês Xi Jinping na próxima sexta-feira (28).
Na conversa, Bolsonaro vai falar sobre a agricultura brasileira e seu desejo de que o Brasil passe a exportar produtos de maior valor agregado ao país asiático. Hoje o comércio é fortemente baseado na venda de commodities brasileiras aos chineses.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil e foi destino de 27% das exportações brasileiras entre janeiro e maio deste ano, somando US$ 25 milhões.
Bolsonaro e Xi devem tratar de visitas de ambos aos países parceiros. O brasileiro tem viagem oficial prevista para a China em agosto e o chinês deve viajar ao Brasil em novembro, para participar da Cúpula dos Brics.
Esta será a primeira participação de Bolsonaro em uma reunião do cúpula do G20. Além da bilateral com Xi, ele deve ter uma reunião a sós com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
O encontro é uma mudança de postura do presidente brasileiro, que, durante a campanha, dizia que a China “estava comprando o Brasil”.
Desde o início do governo, Bolsonaro fez gestos de aproximação entre os dois países, deixando para trás a fala que adotou como candidato.
Em maio, a ministra Tereza Cristina (Agricultura) viajou à China para tratar das relações comerciais com os asiáticos.
Em viagem a Roma na última semana, ela apoiou a candidatura do vice-ministro da Agricultura da China, Qu Dongyu, recém-eleito diretor da FAO.
Também em maio, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, viajou a Pequim para participar da reunião da Cosban (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação).
Durante o encontro, ao lado do vice-dirigente chinês, Wang Qishan, ele discutiu temas como fabricação e venda de aviões da Embraer para os chineses e de produtos de frigoríficos brasileiros.
Mourão também se encontrou com o presidente-executivo da Huawei, Ren Zhengfei, e disse que o Brasil não pretende restringir as atividades da empresa chinesa.
A Huawei foi vetada de instalar redes de 5G nos EUA pelo presidente Donald Trump, sob a acusação de espionagem. Os americanos vêm pressionando aliados a adotar postura semelhante.
Apesar da mudança de postura de Bolsonaro, uma maior aproximação com a China não é consenso em seu governo.
Em entrevista recente à revista Veja, o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, disse que o tema da Huawei no Brasil “ainda está sob análise”, destoando do tom adotado por Mourão.
Ernesto e o escritor Olavo de Carvalho, influente no governo Bolsonaro, são contrários a uma maior aproximação com o país asiático e defendem que o Brasil se mantenha ao lado dos EUA na guerra comercial travada entre eles.
A necessidade de reduzir a co-dependência com o gigante asiático foi um dos principais assuntos do jantar para o presidente Jair Bolsonaro durante visita a Washington, em março.
A reunião de Cúpula do G20, que tem início na sexta, terá como pano de fundo novos desdobramentos da guerra comercial entre EUA e China diante da expectativa do resultado do encontro entre Xi e Trump que deve ocorrer no Japão.