Economia
Bolsa acumula alta de 14,5% no semestre; junho é segundo melhor mês no ano
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Junho foi o segundo melhor mês do ano para o mercado financeiro. No período, o Ibovespa bateu o recorde histórico duas vezes e acumulou alta de 4% e o dólar depreciou 2%.
O mês só não supera o desempenho de janeiro, marcado pela euforia dos investidores com o início do governo Bolsonaro, em que Bolsa subiu 10,82% e dólar caiu 5,6%.
No semestre, o Ibovespa acumula alta de 14,5%, melhor desempenho desde 2016. A moeda americana tem queda de 0,6% no período.
Depois de um início de maio turbulento, marcado pela guerra comercial entre China e Estados Unidos e incertezas quanto a aprovação da reforma da Previdência, junho surfou no otimismo que marcou as duas últimas semanas do mês passado.
Investidores passaram a condicionar o andamento da reforma da Previdência ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Segundo ele, o governo detém apoio da maioria dos deputados para aprovação do projeto em plenário antes do recesso parlamentar, que se inicia em 18 de julho.
Um acordo entre China e Estados Unidos também é esperado. Neste sábado (29), os presidentes Donald Trump e Xi Jinping se reúnem no G20 e podem sinalizar o fim da guerra comercial.
As principais Bolsas globais refletiram a expectativa de conciliação e registraram um desempenho superior ao Ibovespa em junho, por iniciarem uma recuperação das perdas com a guerra comercial mais tarde. Em Nova York, Dow Jones subiu 7,2% neste mês, melhor desempenho do ano, após cair 6,7% e maio. Nasdaq teve ganhos de 7,15%, depois do recuo de 7,93% no mês anterior.
Na Europa, as Bolsas tiveram o desempenho semelhante. O índice de Londres teve alta de 3,7% após cair 3,46%. Frankfurt subiu 5,73% após recuo de 5%.
As Bolsas asiáticas, no entanto, ainda não se recuperaram. O índice CSI 300, que reúne as Bolsas de Xangai e Shenzhen, subiu 5,4% no mês, após tombo de 7,24% em maio. A Bolsa de Nikkei, no Japão, subiu 3,28%, após recuo de 7,45%. Hong Kong subiu 6,1% depois de cair 9,42%.
Também contribuiu para a recuperação dos mercados, a expectativa de queda na taxa de juros nos Estados Unidos e na Europa, após fracos dados inflacionários.
No Brasil, o Ibovespa, maior índice acionário do país, subiu 4%, com máxima de 102.062 pontos no pregão de 24 de junho. O desempenho é, em grande parte, fruto do otimismo dos investidores domésticos com a aprovação de uma reforma robusta.
Segundo primeira versão do relatório de Samuel Moreira (PSDB-SP), a economia total do projeto será de R$ 1,13 trilhão. O número, que pode ser diluído até a versão final do texto, anima investidores que já esperavam uma cifra ao redor de R$ 900 bilhões a R$ 800 bilhões já nesta fase.
Já os estrangeiros devem voltar ao país apenas no próximo ano, com a conclusão do trâmite da reforma.
Mas, depois de dois meses com forte saídas de investidores estrangeiros da Bolsa, junho registrou saldo positivo de R$ 763 milhões. No ano, o saldo ainda é negativo em R$ 3,6 bilhões.
A confiança na reforma foi capaz de blindar o mercado da revelação de conversas entre o ex-juiz e atual Ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, do atraso na entrega do relatório final de Moreira, sucessivas quedas no PIB e manutenção da taxa de juros.
“Este mês foi marcado por uma melhor articulação entre governo e Congresso, tendo o Maia como protagonista da reforma”, afirma Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest.
A economista lembra que os dados econômicos estão muito fracos. Em maio, a criação de vagas formais teve o pior desempenho desde 2016 e o Banco Central reduziu a previsão do PIB anual de 2% para 0,8%, por falta de sinais de recuperação da economia.
“Talvez tenhamos chegado no piso dos nossos indicadores e o segundo semestre seja ligeiramente melhor”, diz Consorte.
Apesar da manutenção da taxa Selic a 6,5% e condicionamento de corte à aprovação da reforma, os contratos futuros de juros registraram fortes quedas no mês. O contrato de outubro de 2019 já precifica um corte de 0,25 ponto percentual na taxa. O de novembro indica corte de 0,5 ponto percentual.
A última semana de junho, no entanto, foi negativa para a Bolsa. No saldo do período, o Ibovespa recuou 1% com a volatilidade do mercado na terça (25). Na data, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder da maioria na Câmara, declarou, após reunião com Moreira, que a votação da reforma na comissão especial pode ficar para a próxima semana.
No mesmo dia, a segunda turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu julgar o pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula, o que ampliou as perdas do Ibovespa para 1,92% na data.
Nesta sexta (28), o índice teve alta de 0,24%, a 100.967 pontos, após declarações de Maia na véspera que reasseguram a aprovação da reforma em plenário até o recesso. O giro financeiro foi de R$ 15,045 bilhões.
No pregão, o dólar registrou alta de 0,18%, a R$ 3,8410. A moeda terminou maio em R$ 3,9250, uma queda de oito centavos.
O anúncio do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia não movimentou os mercados. Segundo Consorte, o efeito prático para a economia brasileira deve vir em apenas dez anos, o que não anima investidores no momento.
Economia
CCR arremata Lote três e investirá R$ 16 bilhões
Com desconto de 26,6% em relação ao valor da tarifa de referência estipulada em edital (R$ 0,14596), a CCR S.A foi a vencedora do leilão do Lote 3 do novo pacote de concessões rodoviárias do Paraná, realizado na sede da B3, a Bolsa de Valores do Brasil, em São Paulo. Ele conecta a segunda cidade mais populosa do Estado, Londrina, com Curitiba e o Porto de Paranaguá. Com a proposta, os descontos em relação às antigas tarifas praticadas no trecho, se estivessem vigentes, podem ser de mais de 50%.
“Hoje damos mais um passo em direção à modernização das nossas rodovias, com muitas obras a um preço justo, em uma grande e transparente disputa na B3. Sem demagogia, sem falsas promessas, estamos tirando do papel o maior pacote de infraestrutura rodoviária da América Latina, o que vai dar mais segurança e agilidade às estradas do Estado”, afirmou Carlos Massa Ratinho Junior (PSD).
O leilão que definiu a vencedora foi disputado por quatro empresas interessadas. Além da CCR, participaram também os consórcios InfraBR V, Infraestrutura PR e Paraná 41 Oportunity.
Durante o leilão, as proponentes apresentaram envelopes com propostas com descontos que variavam de início entre 16,42% e 24,08% em relação à tarifa básica de pedágio. Como a diferença entre as melhores propostas foi menor do que 5%, o certame foi decidido em lances a viva-voz por três das empresas que ofereceram os maiores descontos. A disputa durou mais de 20 minutos, com 22 lances que aumentaram o desconto ofertado em 1,8% até a oferta vencedora da CCR.
O Lote 3 faz parte da Malha Norte, que abrange 22 cidades e faz a ligação do Norte do Estado com o eixo rodoviário da BR-277, chegando até o Porto de Paranaguá. São 569 quilômetros envolvendo as rodovias federais BR-369, BR-373 e BR-376, e as estaduais PR-170, PR-323, PR-445 e PR-090. A previsão é que a concessionária vencedora do leilão invista R$ 9,8 bilhões em obras, além de R$ 6 bilhões em serviços operacionais.
As rodovias atendidas nesse trecho atravessam as cidades de Sertaneja, Sertanópolis, Londrina, Cambé, Ibiporã, Tamarana, Mauá da Serra, Marilândia do Sul, Califórnia, Apucarana, Arapongas, Cambira, Jandaia do Sul, Mandaguari, Ortigueira, Imbaú, Faxinal, Tibagi, Ipiranga, Ponta Grossa, Palmeira e Balsa Nova. A previsão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é gerar 143 mil empregos, entre diretos, indiretos e efeito renda.
PRINCIPAIS INTERVENÇÕES — Estão previstos 132 quilômetros de duplicações e 24,6 quilômetros de faixas adicionais. Entre as novidades está o Contorno de Apucarana, no Vale do Ivaí, ligando a BR-369 à BR-376 e com 13,8 quilômetros de extensão. A região também deve ganhar o Contorno de Califórnia, com pouco mais de cinco quilômetros, ligando dois trechos da BR-376.
O Lote 3 também vai concluir a duplicação da Rodovia do Café (BR-376), entre Mauá da Serra e Ponta Grossa. Serão duplicados 52,58 quilômetros da BR-376, divididos em quatro segmentos, passando por Mauá da Serra, Ortigueira e as proximidades de Imbaú.
Dentro das obras previstas neste lote também está a duplicação da PR-445 e da PR-323 entre Cambé, na região Norte, até a divisa com São Paulo. Outra obra importante prevista no contrato é a área de escape na Serra do Cadeado, em Mauá da Serra, que deve ser construída na altura do km 305 da BR-376.
Os contratos preveem que as principais intervenções sejam executadas nos primeiros anos dos 30 de vigência da concessão. A empresa contratada também deverá arcar com os custos operacionais durante o período, o que inclui serviços médico e mecânico, pontos de parada de descanso para caminhoneiros e sistema de balanças de pesagem.
Serão sete praças de pedágio (cinco existentes e duas novas), localizadas em Sertaneja, Mauá da Serra, Ortigueira, Imbaú, Tibagi, Londrina e na Colônia Witmarsum.
NOVIDADES – Segundo a ANTT, os projetos incluem a instalação de câmeras com tecnologia OCR para reconhecimento de placas, detecção automática de incidentes, painéis de mensagem variável, sistema de pesagem automático e monitoramento meteorológico. A conectividade será garantida em toda a concessão.
Esses contratos também permitirão a migração do sistema de cobrança convencional (praça de pedágio) para o sistema eletrônico de livre passagem (Free Flow), a pedido do Governo.
MODELO — A concessão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguiu as mesmas regras dos Lotes 1 e 2, leiloados em 2023 e em operação desde o início deste ano. Os principais pontos defendidos pelo Governo do Paraná e o setor produtivo do Estado desde o início da tramitação do processo eram de aliar preço justo e disputa pela menor tarifa, garantia de obras e ampla concorrência.
A elaboração do programa de concessões foi objeto de um amplo estudo técnico que envolveu a realização de diversas consultas públicas e milhares de colaborações de usuários, batendo o recorde de um processo deste tipo pela ANTT.
OUTROS LEILÕES — Com o fim da concessão do antigo Anel de Integração em 2021, o Governo, em parceria com a ANTT, governo federal e sociedade civil, trabalharam em um modelo inédito no País, unindo rodovias federais e estaduais em um mesmo programa, dividido em seis lotes.
O leilão do Lote 1 aconteceu em agosto de 2023, tendo como vencedor o Grupo Pátria, que deverá investir R$ 7,9 bilhões em obras de melhorias e manutenção em trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427.
Já o leilão do Lote 2 aconteceu um mês depois, em setembro, vencido pelo Grupo EPR, com investimentos previstos de R$ 10,8 bilhões em obras nas rodovias BR-153, BR-277, BR-369, PR-092, PR-151, PR-239, PR-407, PR-408, PR-411, PR-508, PR-804 e PR-855.
O leilão do Lote 6 acontece na próxima semana, no dia 19 de dezembro, também na B3. São 662 quilômetros das rodovias BR-163, BR-277, PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483, com investimento de R$ 20 bilhões. Os Lotes 4 e 5 serão leiloadas em 2025.
No total, serão 3,3 mil quilômetros de estradas concedidas à iniciativa privada, sendo 1,1 mil quilômetros destas de rodovias estaduais. Os investimentos devem ultrapassar R$ 60 bilhões durante as três décadas de contrato.
PRESENÇAS — Também participaram do leilão o vice-governador Darci Piana; os secretários estaduais de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex; da Fazenda, Norberto Ortigara; do Planejamento, Guto Silva; da Saúde, Beto Preto; o diretor-presidente do DER, Fernando Furiatti; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; os deputados estaduais Alexandre Curi, Marcelo Rangel, Tiago Amaral, Adriano José e Do Carmo.
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