Connect with us


Economia

Em manobra ‘suicida’, Caixa executa dívidas da Odebrecht e lança grupo à recuperação judicial

Publicado em

Folhapress

BRASÍLIA, DF E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Caixa Econômica Federal executou dívidas da Odebrecht como forma de pressionar a empresa a abrir negociação e oferecer garantias mais firmes que protejam o banco estatal caso o grupo entre em recuperação judicial.

O movimento, no entanto, foi visto pelos demais bancos credores e pela própria empresa como um manobra suicida, que jogou de vez o grupo na vala da recuperação judicial e deixará todos mais frágeis a partir de agora. Na Justiça, as negociações seguem o rito de uma lei própria e tudo é decidido pelo juiz.

As dívidas executadas pela Caixa estavam em atraso há mais de dois meses e se referem a empréstimos tomados para a construção da Arena Corinthians, em São Paulo, e o Centro Administrativo de Brasília, em Taguatinga (DF).

Nesta sexta-feira (14), ocorreu a primeira rodada de conversas depois das execuções. Pessoas que participaram das negociações afirmam que os representantes da Odebrecht se mostraram céticos em encontrar uma saída.

Por outro lado, os negociadores da Caixa acreditam que há mais espaço para que consigam levar ações da Braskem, a petroquímica do grupo que é o único ativo valioso. Para eles, foi uma forma de mostrar que o banco não está blefando e que, de fato, quer garantias melhores.

Leia mais:  Corrente de comércio chega a US$ 450 bi de janeiro até a 3° semana de setembro

A Caixa decidiu esticar a corda porque, os demais bancos credores, como Bradesco, Itaú e Banco do Brasil, têm ações da petroquímica que dão proteção para boa parte dos empréstimos concedidos. No BB, por exemplo, além das provisões já realizadas para compensar perdas, pelo menos 40% da dívida está coberta pelas ações da Braskem.

Essas instituições estavam dispostas a renegociar as dívidas da Odebrecht, mas foram surpreendidas com o pedido de recuperação judicial da Atvos, braço de açúcar e álcool do grupo.

A Caixa e o Votorantim eram os bancos mais expostos ao grupo (sem ações da Braskem em garantia, por exemplo).

Sob nova gestão, a Caixa decidiu partir para uma estratégia agressiva. Outros bancos tentaram demover o presidente da instituição, Pedro Guimarães, mas foi inútil. Ele já tinha autorizado seus advogados a executarem as dívidas em atraso.

Somente em operações diretas e avais dados pelo controlador (a Odebrecht S.A.) aos bancos em operações de suas empresas controladas, como a Atvos, a dívida é de mais de R$ 20 bilhões: R$ 7 bilhões com a Caixa; R$ 7 bilhões com o Banco do Brasil; e R$ 6 bilhões com o BNDES.

Leia mais:  Expo Educação abre o período de férias escolares em Curitiba

Informações vindas dos bancos apontam números menores: R$ 2,2 bilhões na Caixa; R$ 1,5 bilhão no FI-FGTS (que é gerido pela Caixa); e R$ 4 bilhões no BB.

No entanto, mesmo esses bancos não estão mais totalmente cobertos. Quando a holandesa LyondellBasel desistiu da aquisição da Braskem há duas semanas, o valor das ações despencou e as garantias deixaram de ser suficientes para todos.

Pessoas próximas ao processo duvidam que seja possível evitar, a essa altura, que a holding Odebrecht S. A peça uma trégua à Justiça. Argumentam que o caixa está acabando e que os funcionários precisam de uma proteção contra um eventual ataque de credores.

A companhia fez uma proposta de reestruturação da dívida aos bancos, que inclui um corte no valor da dívida e uma prorrogação do prazo de pagamento. Mas os cálculos só fazem sentido se o braço de construção da Odebrecht se recuperar e se for possível obter um bom dinheiro com a venda da Braskem, o que, segundo os envolvidos, parece pouco provável.

Comentários Facebook

Economia

Brasil e Noruega reforçam cooperação econômica e industrial

Published

on

Brasil e Noruega realizaram na segunda-feira (10/11) a V Reunião da Comissão Conjunta para Cooperação Econômico-Comercial, Industrial e Técnica entre os dois países. Presidido pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, o encontro contou com a presença da secretária de Estado norueguesa Ragnhild Sjoner Syrstad, do Ministério do Comércio, Indústria e Pescas da Noruega (NFD), e, pelo Brasil, de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do Ministério de Minas e Energia (MME).

A reunião debateu o aprofundamento da cooperação econômica, industrial e energética entre os dois países.

As delegações discutiram a ampliação dos fluxos de comércio, a atração de investimentos produtivos e intensivos em tecnologia e o fortalecimento da cooperação econômica em áreas de interesse mútuo. Também trataram da troca de informações sobre instrumentos de facilitação de comércio, desenvolvimento industrial sustentável, transição energética e melhoria do ambiente de negócios.

Márcio Elias ressaltou que o Brasil estrutura sua estratégia de crescimento a partir da integração de três políticas públicas complementares: Nova Indústria Brasil (NIB), Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e Plano de Transição Ecológica (PTE), que orientam os esforços de neoindustrialização sustentável e promoção de investimentos verdes.

“O diálogo ocorre em um momento de transformações globais e reafirma o compromisso do Brasil com uma relação bilateral moderna, sustentável e baseada em resultados concretos. A Comissão Conjunta é um instrumento estratégico para discutir novos mecanismos de cooperação econômica e industrial, especialmente nas áreas de comércio exterior, investimentos e desenvolvimento industrial sustentável”, afirmou o secretário-executivo.

Leia mais:  Alckmin: acordo com EFTA é passo estratégico e decisivo para Brasil e Mercosul

Durante o encontro, o secretário-executivo do MDIC propôs à delegação norueguesa a realização de novos eventos e missões empresariais conjuntas, com o objetivo de fortalecer o diálogo setorial e identificar oportunidades concretas de negócios e investimentos entre os dois países.

Panorama econômico da Noruega e desafios globais

 A secretária de Estado do Ministério do Comércio, Indústria e Pescas da Noruega, Ragnhild Sjoner Syrstad, destacou o compromisso do governo norueguês em estimular a inovação e a qualificação da força de trabalho, de modo a acompanhar as transformações tecnológicas e fortalecer a resiliência econômica.

Segundo a secretária, a Noruega mantém política fiscal rigorosa e foco na transição para uma matriz energética limpa e acessível, priorizando investimentos em energia hidrelétrica e inovação tecnológica.

“Temos trabalhado para garantir energia de baixo custo e fortalecer a competitividade industrial, promovendo um ambiente fiscal equilibrado e sustentável”, afirmou.

Ragnhild também manifestou interesse em realizar eventos conjuntos entre Brasil e Noruega nos próximos anos.

Relações econômicas e investimentos

Brasil e Noruega mantêm relações diplomáticas desde 1905 e contam com três mecanismos institucionais de diálogo: as Consultas Políticas Bilaterais, o Comitê Conjunto em Ciência e Tecnologia e a própria Comissão Conjunta de Cooperação Econômico-Comercial, Industrial e Técnica.

Leia mais:  Produção industrial cresce em dez locais de março para abril, diz IBGE

Em 2024, a corrente de comércio entre os países superou US$ 2,3 bilhões, com crescimento de 15% e superávit brasileiro. Entre os principais produtos exportados pelo Brasil estão alumina, soja e óleos combustíveis, enquanto as importações concentram-se em fertilizantes, pescado e equipamentos industriais.

A Noruega figura como o 16º maior investidor estrangeiro no Brasil, com estoque estimado em US$ 17 bilhões, distribuídos nos setores de energia, fertilizantes, alumínio e logística. Mais de 230 empresas norueguesas operam no país, incluindo Norsk Hydro, Yara Fertilizantes e Equinor, que projeta investir US$ 26 bilhões até 2030, em parceria com o Ministério de Minas e Energia e agências brasileiras de fomento à transição energética.

Integração e oportunidades

O Acordo de Livre Comércio Mercosul–EFTA, assinado em setembro de 2025, reforça a integração econômica entre Brasil e Noruega e prevê acesso preferencial a cerca de 99% das exportações brasileiras. O tratado abre novas oportunidades para os setores agroalimentar, industrial e de serviços, fortalecendo o ambiente de negócios e a segurança jurídica para empresas de ambos os países.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

Comentários Facebook
Continuar lendo

Mais Lidas da Semana

Copyright © 2019 - Agência InfocoWeb - 66 9.99774262