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Mercado da soja avança com plantio recorde no Brasil, estabilidade em Chicago e alerta para o La Niña no Sul

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Comercialização de soja varia entre estados brasileiros

O mercado da soja iniciou a semana com movimentos distintos entre as principais regiões produtoras do país, refletindo tanto o avanço do plantio quanto as incertezas climáticas e logísticas.

No Rio Grande do Sul, a comercialização segue lenta, conforme dados da TF Agroeconômica. Para pagamento em 15 de outubro, a saca foi cotada a R$ 136,20 no porto (+0,77%), enquanto no interior os preços giraram em torno de R$ 131,00/sc em municípios como Cruz Alta, Passo Fundo, Santa Rosa e São Luiz. Já em Panambi, o valor caiu para R$ 120,00/sc, sinalizando resistência local dos produtores às ofertas.

Em Santa Catarina, o mercado opera em compasso de espera, sem registros expressivos de negócios ou avanços no plantio. Os produtores se concentram na gestão de insumos, diante das margens mais apertadas. No porto de São Francisco do Sul, a saca da oleaginosa foi cotada a R$ 136,24 (+1,38%).

Paraná registra plantio recorde e sustenta otimismo da safra nacional

O Paraná segue como destaque da temporada, impulsionando o ritmo da nova safra brasileira. De acordo com dados de mercado, os preços variaram conforme a região: R$ 137,79/sc em Paranaguá (+1,29%), R$ 127,61/sc em Cascavel (+0,08%), R$ 127,23/sc em Maringá (+0,08%) e R$ 129,39/sc em Ponta Grossa (+0,09%).

No balcão, os preços em Ponta Grossa foram registrados a R$ 120,00/sc, com Pato Branco apresentando valorização de 1,38%, a R$ 136,24/sc. O desempenho do estado sustenta o avanço nacional da semeadura e reforça as boas perspectivas de produção, apesar das preocupações com custos e margens.

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Centro-Oeste inicia safra com otimismo e desafios logísticos

No Mato Grosso do Sul, o sentimento é de otimismo moderado. Apesar da boa expectativa com o clima e o ritmo do plantio, os custos logísticos e a pressão sobre as margens exigem cautela nas vendas futuras. As cotações ficaram em R$ 123,54/sc em Dourados e Campo Grande (+1,10%), R$ 124,79/sc em Maracaju e Sidrolândia (+1,01%) e R$ 120,53/sc em Chapadão do Sul (+0,37%).

No Mato Grosso, maior produtor nacional, o mercado segue volátil. As referências indicam R$ 121,50/sc em Campo Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis (+0,35%), enquanto Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sorriso registraram R$ 117,84/sc (+1,20% a +1,86%).

La Niña pode reduzir chuvas e afetar lavouras no Sul

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alerta para uma probabilidade de 60% de formação do fenômeno La Niña entre outubro e dezembro de 2025, o que pode reduzir as chuvas na região Sul do Brasil.

Meteorologistas indicam que setembro e outubro ainda devem registrar volumes próximos à média, mas que, entre novembro e início de dezembro, os índices podem cair até 50% abaixo do esperado em partes do centro-sul do Rio Grande do Sul. O cenário acende o alerta entre produtores de soja, que temem prejuízos por necessidade de replantio.

Segundo Fernando Arnuti, consultor da TMG – Tropical Melhoramento & Genética, o uso de cultivares de ciclo mais longo e o escalonamento das datas de plantio são estratégias fundamentais para reduzir os impactos da irregularidade climática. “Distribuir as datas de semeadura ajuda a evitar que toda a lavoura enfrente o mesmo estresse hídrico durante fases sensíveis, como a floração”, orienta.

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Soja mantém estabilidade na Bolsa de Chicago

No cenário internacional, os futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) seguem com pouca variação. Nesta terça-feira (7), os contratos registraram altas entre 1,25 e 2 pontos, com o vencimento de janeiro cotado a US$ 10,37/bushel e o de maio a US$ 10,66/bushel.

A estabilidade reflete o impacto do shutdown do governo norte-americano, que suspendeu os relatórios do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), e a ausência de novos desdobramentos nas relações comerciais entre China e EUA.

Na segunda-feira (6), os preços também fecharam estáveis. O contrato de novembro recuou 0,02%, a US$ 1.017,75/bushel, enquanto o de janeiro caiu 0,12%, a US$ 1.035,75/bushel. O farelo de soja recuou 0,70%, e o óleo subiu 0,73%, negociado a US$ 49,79 por libra-peso.

Mesmo com o cenário de cautela, o USDA reportou alta de 25,79% nos embarques semanais de soja dos EUA, ainda sem a participação da China. O mercado segue atento ao possível pacote de apoio governamental aos produtores norte-americanos e à evolução do plantio brasileiro, que avança em ritmo acelerado — com cerca de 9% da área total já semeada, acima da média dos últimos anos.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Produtores devem reunir provas de perdas climáticas para negociar prorrogação de financiamentos rurais

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Eventos climáticos extremos voltam a causar prejuízos no campo

As chuvas irregulares, o calor intenso e outros eventos climáticos extremos têm provocado prejuízos expressivos às lavouras em várias regiões do país. No Paraná, por exemplo, rajadas de vento acima de 100 km/h e chuvas de granizo com pedras de até 100 gramas atingiram diversas propriedades rurais, segundo informações da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

Além das lavouras, máquinas agrícolas foram danificadas e 12 mil quilômetros de estradas rurais ficaram em condições precárias. As áreas de soja foram as mais afetadas, com agricultores tendo de replantar áreas inteiras destruídas pelas intempéries.

Produtor relata prejuízo total após chuva de granizo

O produtor Dirceu Machado, dono de uma propriedade de 80 alqueires no distrito de Guaravera, em Londrina (PR), teve perda total na plantação de soja, com prejuízo estimado em R$ 500 mil.

“Perdi 100% da lavoura. Agora teremos de replantar, corrigir a erosão e investir novamente em adubação e controle de pragas para tentar garantir uma boa safra”, relatou o agricultor.

As chuvas persistentes também atrasaram a colheita de trigo e comprometeram a qualidade do grão, provocando queda de 0,95% nos preços pagos ao produtor em apenas uma semana e um prejuízo médio de 13,8% frente aos custos de produção. O cenário ainda pode impactar a safra de milho safrinha, cuja semeadura tende a ser atrasada.

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Documentação é essencial para renegociar financiamentos rurais

Com as perdas crescentes, muitos produtores enfrentam dificuldades para cumprir prazos de pagamento de financiamentos rurais.

Em situações como essa, a legislação e as normas do Conselho Monetário Nacional (CMN) permitem que bancos e cooperativas de crédito analisem pedidos de prorrogação das dívidas — desde que o produtor comprove, de forma técnica e consistente, a extensão dos danos.

Segundo especialistas, o agricultor deve reunir laudos técnicos, registros de campo, notas fiscais, fotografias e relatórios de assistência agronômica que demonstrem os impactos sobre a produção. Esses documentos são fundamentais para que as instituições financeiras avaliem a nova capacidade de pagamento e aprovem o adiamento das parcelas.

Organização das provas aumenta chances de sucesso

De acordo com o advogado Raphael Condado, a prorrogação é um direito do produtor rural, desde que ele apresente comprovação adequada das perdas.

“O banco precisa de segurança jurídica para autorizar a renegociação, e isso só acontece com documentação sólida. O ideal é que o produtor registre imediatamente o evento climático, solicite laudos de engenheiros agrônomos, reúna boletins meteorológicos e formalize o contato com a instituição financeira”, orienta Condado.

O especialista alerta ainda que pedidos informais ou verbais dificultam o processo: “Muitos agricultores tentam negociar sem documentação, o que fragiliza o pedido. O ideal é apresentar um dossiê técnico completo, com dados objetivos e assinaturas profissionais.”

Formalização evita restrições de crédito no futuro

Manter a documentação organizada e seguir os trâmites formais pode ser decisivo para garantir novo fôlego financeiro e evitar restrições de crédito em safras futuras.

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Além de facilitar a renegociação, o processo fortalece a transparência das relações entre produtores e instituições financeiras, permitindo que o setor rural tenha mais segurança jurídica e previsibilidade diante de eventos climáticos cada vez mais frequentes.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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