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Agro

Lei do frete mínimo eleva custos de transporte de fertilizantes e mobiliza setor para revisão

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A intensificação da fiscalização eletrônica do Piso Mínimo de Frete, prevista para iniciar em 20 de outubro por meio do MDF-e (Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais), vem gerando preocupação no setor de fertilizantes. Implementada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) com base na Lei 13.703/2018, a medida, segundo o Sindiadubos (Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Paraná), poderá elevar os custos de transporte em mais de 35%, afetando toda a cadeia produtiva.

O engenheiro agrônomo Veríssimo Cubas, gerente executivo do Sindiadubos, ressalta que “a nova precificação dos fretes provoca distorções não apenas no preço do transporte, mas também nos alimentos da cesta básica”.

Críticas à tabela de frete e propostas de revisão

O setor questiona os critérios da tabela da ANTT e solicita a suspensão da cobrança de multas eletrônicas aplicadas desde 1º de outubro. Entre os pontos criticados estão:

  • Desconsideração do frete de retorno;
  • Falta de cálculo do tempo de carga e descarga;
  • Ignorância do tempo útil dos equipamentos de transporte.
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Segundo Cubas, a tabela impacta especialmente o setor de fertilizantes devido ao alto volume transportado e à complexidade logística, que envolve desde o recebimento de insumos em portos até a entrega nas fazendas.

Descompasso entre tabela e mercado real

O diretor executivo da AMA Brasil (Associação de Misturadores do Brasil), Antonino Gomes, destaca que há grande divergência entre os valores da tabela e os preços de mercado: fretes de curta e média distância estão tabelados a R$ 75/ton, mas custam R$ 180/ton no mercado; fretes longos estão tabelados a R$ 380/ton, enquanto o preço real gira em torno de R$ 250/ton.

“Essas distorções, somadas às multas e à exigência do MDF-e, criam insegurança na contratação de fretes e elevam o custo da produção agrícola”, afirma Gomes, alertando para o efeito cascata que a medida gera em toda a economia.

Mobilização do setor e interlocução com o governo

O Sindiadubos defende um diálogo entre associações, governo federal e empresas para discutir ajustes na Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas. O Instituto Pensar Agropecuária (IPA) atua junto ao Congresso Nacional para apresentar inconsistências na tabela e seus impactos na inflação do setor.

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Cubas ressalta: “Levar a discussão para o Legislativo é fundamental para aprimorar os requisitos e a aplicabilidade da tabela”.

Simpósio NPK 2025 debate desafios do setor

O tema será abordado na abertura do Simpósio NPK 2025, organizado pelo Sindiadubos em Curitiba (PR), no dia 30 de outubro. O painel contará com participação do presidente da Fertipar, Alceu Feldman, e dos deputados federais Pedro Lupion e Tião Medeiros, da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

O evento, que deve reunir cerca de 1.000 participantes e 300 empresas, terá programação focada em:

  • Painel de discussão do setor;
  • Performance e perspectivas para 2025 e 2026;
  • Cenário nacional e internacional do agronegócio;
  • Projeções de custo e rentabilidade da safra 2025/2026.

Entre os palestrantes estão o diretor-presidente do Sindiadubos, Aluísio Schwartz Teixeira, o analista de fertilizantes da Agroinvest, Jeferson Souza, e a jornalista e especialista em agronegócio Kellen Severo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Agro

Mercado de feijão mantém preços firmes em outubro com oferta controlada e demanda cautelosa

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Mercado de feijão mantém preços firmes em outubro com oferta controlada e demanda cautelosa

O mercado brasileiro de feijão apresentou comportamento distinto em outubro, com diferenças marcantes entre os tipos carioca e preto. Enquanto o feijão carioca registrou estabilidade com leve tendência de alta, o feijão preto sofreu com liquidez baixa e estoques elevados. As condições de oferta, demanda e clima foram determinantes para o cenário atual, segundo o analista da Safras & Mercado, Evandro Oliveira.

Feijão carioca: equilíbrio tenso com preços sustentados

Após período de liquidez restrita e demanda enfraquecida, o feijão carioca avançou em outubro com uma recuperação técnica consolidada. Segundo Evandro Oliveira, a oferta segue controlada, majoritariamente formada por sobras de armazém e cargas pontuais de Minas Gerais e Goiás, muitas retidas pelos produtores à espera de melhores condições comerciais.

“A disponibilidade atual é formada, em grande parte, por sobras de armazém e cargas pontuais, muitas delas retidas pelos produtores”, afirmou o analista.

A qualidade do produto segue como fator decisivo nas negociações. Enquanto alguns lotes apresentam problemas de umidade e ressecamento, outros, como o tipo Dama, alcançam notas 9 e são altamente demandados por atacadistas e cerealistas, chegando a R$ 320,00/saca, com firmeza nos negócios e baixo risco de queda de preço.

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No varejo, a demanda se manteve seletiva, com compras pontuais. O mercado externo, por sua vez, sustentou os preços, mesmo com volumes limitados de exportação. A combinação de dólar valorizado e oferta controlada contribuiu para manter a estabilidade das cotações, apesar do consumo interno fraco.

Oliveira descreve o cenário como um “equilíbrio tenso: preços firmes, mas giro lento; compradores cautelosos, mas vendedores resistentes em reduzir valores”.

Clima e safra das águas influenciam perspectivas

O clima continuou sendo variável-chave em outubro. Chuvas irregulares, risco de estiagem localizada e frio tardio geraram preocupação sobre a instalação das primeiras lavouras da safra das águas. Combinado ao câmbio firme, esse cenário deve sustentar os preços até dezembro, quando as primeiras colheitas poderão redefinir o equilíbrio de mercado.

Feijão preto enfrenta liquidez baixa e excesso de oferta

Diferente do carioca, o feijão preto manteve liquidez mínima e negociações quase paralisadas. Apesar do suporte cambial e aumento das exportações, o volume embarcado ainda é insuficiente para reduzir o alto nível de estoques internos.

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As cotações ficaram estáveis em termos nominais, com referências FOB entre R$ 137 e R$ 138/saca em praças como Chapecó e Ponta Grossa. Segundo Oliveira, a aparente estabilidade esconde uma pressão moderada de baixa, causada pela ausência de compradores domésticos e lentidão do varejo, que opera com estoques de passagem.

O plantio da primeira safra no Sul avança lentamente devido a frio tardio, períodos de seca e alta presença de mosca-branca, fatores que elevam custos e exigem manejo mais intenso. Isso deve resultar em forte redução de área cultivada, especialmente no Paraná e Rio Grande do Sul, atuando como fator de sustentação futura dos preços.

Exportações seguem sendo o principal suporte, com embarques crescentes para países vizinhos da América do Sul e Caribe, impulsionados pelo dólar valorizado e boa aceitação do feijão brasileiro. Entretanto, a dependência do mercado externo deixa o setor vulnerável a variações cambiais e logísticas.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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