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Economia

Em Curitiba, comércio usa a criatividade para enfrentar a crise

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Bem Paraná - Rodolfo Luis Kowalski

Uma caminhada pelo calçadão da Rua XV, no Centro de Curitiba, revela um apelo comum do comércio. São placas anunciando liquidações, queimas de estoque e preços imperdíveis na maioria das lojas. De tão banal que as promessas de bons preços se tornaram nos últimos tempos, contudo, já resultam num vazio, incapaz de atrair clientes. A saída para alguns empreendedores, então, tem sido apostar na criatividade.

E na própria Rua XV, coração do comércio curitibano, um exemplo tem se destacado. Localizado ao lado do Bondinho, a loja da Via Anzi tem vivido dias agitados. E tudo graças a uma inusitada iniciativa do gerente Gilberto de Ávila Filho, que por conta própria resolveu criar dois personagens, o Senhor Tecido e o Homem Sacola. Eles ficam em frente à loja gerenciada por Gilberto, chamando a atenção dos que passam por ali e os convidando a visitarem a loja de sapatos.

“(A iniciativa partiu) de mim, sou gerente há três anos. Tivemos notificações sobre o uso de caixas de som, então resolvemos partir para o ataque de uma forma diferente, mais incisiva, e eu criei os personagens”, relata o gerente.

Em termos de retorno a iniciativa já rende bons frutos. Nas lojas da Via Anzi na Rua XV, o faturamento cresceu cerca de 20%. E há ainda a mídia espontânea, gerada por postagens nas redes sociais e o interesse da mídia em cobrir o assunto – além do Bem Paraná, conta Gilberto, outros veículos de comunicação já o procuraram para que participasse de reportagens sobre criatividade no comércio.

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“É difícil esse ramo, tem de chamar a atenção dos clientes. Nós conseguimos isso porque fazemos algo diferente. O pessoal é acostumado a pegar panfleto, ouvir locutor, mas não tem nada que realmente chame a atenção”, diz ele. “Sábado aqui vira uma loucura, tanto que coloquei duas pessoas para trabalhar só nisso. O pessoal adora os personagens, pedem para tirar foto”.

Críticas
De início, contudo, a iniciativa não foi tão bem aceita, principalmente pelos concorrentes. “Recebi muita crítica. O pessoal dizia que esse tipo de coisa não se faz, empobrece a marca. Jamais fariam isso (os concorrentes), acham pobre demais. Mas eu estou pensando lá na frente. Tenho a ideia de criar um mascote lindo, a cara da marca. Ainda bem que eles (concorrentes) não gostam, que daí eles não criam também”, comenta Gilberto.

Gerente promete mais novidades e atrações em breve
Para os que já acompanham e gostam dos personagens da Via Anzi, Gilberto de Ávila Filho revela que em breve os clientes terão novidades relacionadas a esse marketing inusitado. “Estou inventando outros personagens, mas é tudo segredo, para a concorrência não imitar”, brinca o gerente.
A ideia da rede, conta ainda ele, é colocar os personagens em todas as lojas. O problema, contudo, é a resistência dos gerentes de outras lojas, que acreditam não ser trabalho deles fazer esse tipo de divulgação. “Mas eu sou focado em números. Nosso líder é bem aberto, o que nos abre um campo grande para promover as vendas. Meu sonho é ser supervisor para um dia criar esse padrão para toda a rede”, conta Gilberto.

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Felicidade é a alma do negócio e foi tema de outra iniciativa
No começo deste ano, o Bem Paraná já havia apresentado uma outra iniciativa curiosa: um anúncio de emprego (com direito a smile no cartaz) da rede Multi Gula (uma espécie de supermercado de ponta de estoque) onde lia-se: “Estamos contratando pessoas felizes”.
A empresa, fundada há dois anos, vivia uma fase de crescimento e resolveu aperfeiçoar o atendimento ao cliente, investindo em capacitação e treinamento. “Cada colaborador se empenha ao máximo para fazer a pessoa mais alegre, ficar mais a vontade. A ideia é aproximar o cliente, dar liberdade para conversar”, explicou na ocasião Cid Becker, gerente daloja na Rua Marechal Deodoro, no Centro de Curitiba.
Tão logo foi implementado, o novo modelo de trabalho deu resultados até mesmo melhores que o esperado, dobrando o faturamento da loja em menos de duas semanas. “Coloquei o cartaz porque queremos profissionais que passem uma energia positiva. A loja é a mesma, mas as pessoas perguntam se mudou de dono, se é nova gestão. Estamos recebendo uma enxurrada de elogios”, comemorou o gerente, que chegou a receber 200 currículos por dia.

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Economia

CCR arremata Lote três e investirá R$ 16 bilhões

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Ratinho Junior (Foto: AEN)

Com desconto de 26,6% em relação ao valor da tarifa de referência estipulada em edital (R$ 0,14596), a CCR S.A foi a vencedora do leilão do Lote 3 do novo pacote de concessões rodoviárias do Paraná, realizado na sede da B3, a Bolsa de Valores do Brasil, em São Paulo. Ele conecta a segunda cidade mais populosa do Estado, Londrina, com Curitiba e o Porto de Paranaguá. Com a proposta, os descontos em relação às antigas tarifas praticadas no trecho, se estivessem vigentes, podem ser de mais de 50%.

“Hoje damos mais um passo em direção à modernização das nossas rodovias, com muitas obras a um preço justo, em uma grande e transparente disputa na B3. Sem demagogia, sem falsas promessas, estamos tirando do papel o maior pacote de infraestrutura rodoviária da América Latina, o que vai dar mais segurança e agilidade às estradas do Estado”, afirmou Carlos Massa Ratinho Junior (PSD).

O leilão que definiu a vencedora foi disputado por quatro empresas interessadas. Além da CCR, participaram também os consórcios InfraBR V, Infraestrutura PR e Paraná 41 Oportunity.

Durante o leilão, as proponentes apresentaram envelopes com propostas com descontos que variavam de início entre 16,42% e 24,08% em relação à tarifa básica de pedágio. Como a diferença entre as melhores propostas foi menor do que 5%, o certame foi decidido em lances a viva-voz por três das empresas que ofereceram os maiores descontos. A disputa durou mais de 20 minutos, com 22 lances que aumentaram o desconto ofertado em 1,8% até a oferta vencedora da CCR.

O Lote 3 faz parte da Malha Norte, que abrange 22 cidades e faz a ligação do Norte do Estado com o eixo rodoviário da BR-277, chegando até o Porto de Paranaguá. São 569 quilômetros envolvendo as rodovias federais BR-369, BR-373 e BR-376, e as estaduais PR-170, PR-323, PR-445 e PR-090. A previsão é que a concessionária vencedora do leilão invista R$ 9,8 bilhões em obras, além de R$ 6 bilhões em serviços operacionais.

As rodovias atendidas nesse trecho atravessam as cidades de Sertaneja, Sertanópolis, Londrina, Cambé, Ibiporã, Tamarana, Mauá da Serra, Marilândia do Sul, Califórnia, Apucarana, Arapongas, Cambira, Jandaia do Sul, Mandaguari, Ortigueira, Imbaú, Faxinal, Tibagi, Ipiranga, Ponta Grossa, Palmeira e Balsa Nova. A previsão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é gerar 143 mil empregos, entre diretos, indiretos e efeito renda.

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PRINCIPAIS INTERVENÇÕES — Estão previstos 132 quilômetros de duplicações e 24,6 quilômetros de faixas adicionais. Entre as novidades está o Contorno de Apucarana, no Vale do Ivaí, ligando a BR-369 à BR-376 e com 13,8 quilômetros de extensão. A região também deve ganhar o Contorno de Califórnia, com pouco mais de cinco quilômetros, ligando dois trechos da BR-376.

Já Ponta Grossa ganhará dois novos contornos: o Contorno Norte, com extensão total de 14,65 quilômetros, entre a BR-376 e a BR-373, e o Contorno Leste, que vai ligar a BR-373 à PR-151 e terá 27,7 quilômetros de extensão.

O Lote 3 também vai concluir a duplicação da Rodovia do Café (BR-376), entre Mauá da Serra e Ponta Grossa. Serão duplicados 52,58 quilômetros da BR-376, divididos em quatro segmentos, passando por Mauá da Serra, Ortigueira e as proximidades de Imbaú.

Dentro das obras previstas neste lote também está a duplicação da PR-445 e da PR-323 entre Cambé, na região Norte, até a divisa com São Paulo. Outra obra importante prevista no contrato é a área de escape na Serra do Cadeado, em Mauá da Serra, que deve ser construída na altura do km 305 da BR-376.

Os contratos preveem que as principais intervenções sejam executadas nos primeiros anos dos 30 de vigência da concessão. A empresa contratada também deverá arcar com os custos operacionais durante o período, o que inclui serviços médico e mecânico, pontos de parada de descanso para caminhoneiros e sistema de balanças de pesagem.

Serão sete praças de pedágio (cinco existentes e duas novas), localizadas em Sertaneja, Mauá da Serra, Ortigueira, Imbaú, Tibagi, Londrina e na Colônia Witmarsum.

NOVIDADES – Segundo a ANTT, os projetos incluem a instalação de câmeras com tecnologia OCR para reconhecimento de placas, detecção automática de incidentes, painéis de mensagem variável, sistema de pesagem automático e monitoramento meteorológico. A conectividade será garantida em toda a concessão.

Esses contratos também permitirão a migração do sistema de cobrança convencional (praça de pedágio) para o sistema eletrônico de livre passagem (Free Flow), a pedido do Governo.

Outra vantagem do novo modelo é para os motoristas que costumam passar pelas praças de pedágio mais de uma vez ao mês. O sistema chamado de Desconto de Usuários Frequente (DUF) garante um desconto percentual cumulativo e variável de acordo com a praça baseado em cálculos técnicos ao longo de um mesmo mês. Usuários de tags também serão beneficiados com tarifa menor.

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MODELO — A concessão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguiu as mesmas regras dos Lotes 1 e 2, leiloados em 2023 e em operação desde o início deste ano. Os principais pontos defendidos pelo Governo do Paraná e o setor produtivo do Estado desde o início da tramitação do processo eram de aliar preço justo e disputa pela menor tarifa, garantia de obras e ampla concorrência.

A elaboração do programa de concessões foi objeto de um amplo estudo técnico que envolveu a realização de diversas consultas públicas e milhares de colaborações de usuários, batendo o recorde de um processo deste tipo pela ANTT.

OUTROS LEILÕES — Com o fim da concessão do antigo Anel de Integração em 2021, o Governo, em parceria com a ANTT, governo federal e sociedade civil, trabalharam em um modelo inédito no País, unindo rodovias federais e estaduais em um mesmo programa, dividido em seis lotes.

O leilão do Lote 1 aconteceu em agosto de 2023, tendo como vencedor o Grupo Pátria, que deverá investir R$ 7,9 bilhões em obras de melhorias e manutenção em trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427.

Já o leilão do Lote 2 aconteceu um mês depois, em setembro, vencido pelo Grupo EPR, com investimentos previstos de R$ 10,8 bilhões em obras nas rodovias BR-153, BR-277, BR-369, PR-092, PR-151, PR-239, PR-407, PR-408, PR-411, PR-508, PR-804 e PR-855.

O leilão do Lote 6 acontece na próxima semana, no dia 19 de dezembro, também na B3. São 662 quilômetros das rodovias BR-163, BR-277, PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483, com investimento de R$ 20 bilhões. Os Lotes 4 e 5 serão leiloadas em 2025.

No total, serão 3,3 mil quilômetros de estradas concedidas à iniciativa privada, sendo 1,1 mil quilômetros destas de rodovias estaduais. Os investimentos devem ultrapassar R$ 60 bilhões durante as três décadas de contrato.

PRESENÇAS — Também participaram do leilão o vice-governador Darci Piana; os secretários estaduais de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex; da Fazenda, Norberto Ortigara; do Planejamento, Guto Silva; da Saúde, Beto Preto; o diretor-presidente do DER, Fernando Furiatti; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; os deputados estaduais Alexandre Curi, Marcelo Rangel, Tiago Amaral, Adriano José e Do Carmo.

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