O secretário de Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost (PSD), deixou hoje o cargo para disputar a prefeitura de Curitiba, na véspera da data limite prevista pela legislação eleitoral para a desincompatibilização de ocupantes de cargos de primeiro escalão do Executivo que pretendem se candidatar às eleições de outubro. Na despedida, ele disse que sai do governo “mais unido do que nunca” com o governador Ratinho Júnior (PSD), e que Curitiba precisa resgatar a capacidade de inovação que a administração municipal teve durante as gestões do ex-prefeito Jaime Lerner. Leprevost, que é deputado federal licenciado, deve retomar na semana que seu mandato na Câmara Federal.
Questionado se espera ter o apoio de Ratinho Jr na campanha, o ex-secretário afirmou que essa é uma decisão que cabe somente ao governador. “Deixei o governador muito à vontade para tomar a decisão que for melhor para o Estado e para o grupo político dele. Ele vai anunciar essa questão lá na frente”, afirmou. “Mas eu tenho imensa gratidão ao governador Ratinho Júnior pela oportunidade que ele me deu de servir ao Estado como secretário de Justiça, Família e Trabalho. Considero o governador um amigo leal, sincero. E saio mais unido com o governador do que nunca. A nossa amizade está mais consolidada ainda”, garantiu.
Sem citar nominalmente a gestão do atual prefeito Rafael Greca (DEM), que deve concorrer à reeleição, Leprevost sinalizou que considera que a administração municipal teria perdido a capacidade de inovar na formulação de políticas públicas. “O que nós precisamos resgatar na sociedade curitibana e na administração pública do município é a capacidade de ousar e de inovar. Curitiba já foi referência de inovação nos governos Jaime Lerner”, considerou. “Essa capacidade de inovar precisa ser retomada, mas retomada com uma visão solidária voltada para a edificação do ser humano”, defendeu.
O ex-secretário também defendeu o adiamento das eleições para dezembro, em razão da pandemia do coronavírus. “Certamente será uma eleição diferente por causa da pandemia. Por isso mesmo eu defendo o adiamento para dezembro, sem prorrogação de mandato”, explicou.
Fake news – Ao retornar à Câmara, Leprevost disse que vai trabalhar pela aprovação do projeto de combate às “fake news”. Nas eleições de 2016, quando disputou o segundo turno com Greca, o deputado acusou a campanha do adversário de espalhar notícias falsas contra ele para prejudica-lo. “Acredito que as fake news são um problema gravíssimo. Elas colocam em risco a democracia. Nós sabemos que fake news mudam resultados de eleições. Isso aconteceu aqui em Curitiba”, reafirmou ele. “Fake news destroem reputações, levam à população a erro. Agora durante a pandemia atentam contra a saúde pública”, disse.