Agro
Veja perspectivas para os principais produtos agrícolas na safra 2019/20

Os agricultores iniciam o ano-safra 2019/20 nesta segunda-feira (1º) mirando novos mercados para não ficar “no vermelho”. Produtores de grandes culturas do país enxergam no outro lado do mundo, especialmente na Ásia, a chance de crescimento.
Para o milho, o destino almejado é onde soja já é bem sucedida: a China. Mas a negociação deve ser longa para abrir esse mercado.
“Pode ser uma oportunidade, mas precisamos ajustar protocolos sanitários. Além disso, os milhos plantados no Brasil não são registrados na China. Estamos conversando com o Ministério da Agricultura para abertura desse mercado, que pode melhorar as exportações”, diz Glauber Silveira, vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) abriu um escritório na China visando ampliar as negociações com os chineses e os países vizinhos, para lidar com o excesso de produção que duas safras recordes trouxeram para o setor.
“Precisamos abrir o mercado asiático, por isso estamos montando um escritório na China para vender o ano todo. Nós viramos o segundo maior exportador do mundo, não dá para ficar esperando, tem que ir vender”, conta Marcio Portocarrero, diretor-executivo da Abrapa.
A animação também cresceu com o anúncio do acordo entre Mercosul e União Europeia, na última sexta-feira (28). No entanto, de acordo com as primeiras informações, das cinco maiores culturas, apenas cana-de-açúcar e café estão entre as mais beneficiadas.
Enquanto os efeitos do acordo são possíveis de serem avaliados pelos produtores rurais, eles pensam em outras alternativas para garantir lucro no próximo ciclo.
Veja mais perspectivas para as principais culturas no ano-safra 2019/20.
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A soja é o principal produto de exportação do agronegócio brasileiro — Foto: Rodrigo Sanches/G1
Soja: rumo à liderança mundial
Depois de colher a melhor safra da história em 2017/18, os produtores brasileiros de soja enfrentaram problemas climáticos que devem reduzir a produção em 3,7% em 2018/19, colhendo 114 milhões de toneladas, de acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Mesmo fora do acordo entre Mercosul e União Europeia, a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) avalia como positivo o pacto comercial, sem especificar como o setor poderia ser beneficiado.
Pensando no ano-safra que vai começar, os agricultores brasileiros veem uma possibilidade real de ultrapassar pela primeira vez os Estados Unidos como maior produtor mundial de soja, principalmente porque os americanos estão enfrentando problemas climáticos na safra.
De acordo com os últimos dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), divulgados no início de junho, o Brasil tem potencial de produzir 123 milhões de toneladas, enquanto os americanos podem chegar a 112 milhões de toneladas colhidas.
“Há anos estamos chegando perto dos EUA na liderança mundial, mas nunca conseguimos. Com os problemas climáticos por lá, essa possibilidade é bem real agora”, avalia Bartolomeu Braz, da Aprosoja.

Agro
Goiás decreta situação de emergência em 25 municípios por conta da seca
Em uma medida drástica para enfrentar a grave estiagem que assola o estado, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, decretou situação de emergência em 25 municípios. A falta de chuvas, acompanhada de calor excessivo e a consequente perda de umidade do solo, tem impactado severamente a produção agrícola nas regiões, comprometendo não apenas a economia local, mas também a subsistência de comunidades.
Publicado na última segunda-feira (05.02), o decreto entra em vigor com uma duração prevista de 180 dias, abrangendo uma vasta área que inclui municípios das regiões oeste e norte do estado, como Acreúna, Porangatu, Quirinópolis e Santa Helena de Goiás, entre outros. Essas áreas são conhecidas por sua atividade agropecuária intensa, o que ressalta a gravidade da situação atual.
O governo do estado tomou essa decisão após observar o volume significativamente baixo de chuvas e as extremas condições climáticas que perduram por longos períodos sem precipitação. Em vários casos, a perda de umidade do solo ultrapassou a capacidade de reposição natural, uma situação alarmante para a agricultura e pecuária locais.
O decreto classifica a situação como “estiagem” de nível 2, ou de média intensidade, seguindo a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade) e normas do Ministério do Desenvolvimento Regional. Essa classificação implica em uma série de medidas emergenciais que o estado poderá adotar para mitigar os efeitos da seca, incluindo a possibilidade de acesso a recursos federais para apoio e recuperação das áreas afetadas.
A decisão de declarar estado de emergência reflete a urgência em responder aos desafios impostos pela natureza, buscando minimizar o impacto sobre a população e a economia dos municípios goianos. Com a agricultura sendo um dos pilares da economia do estado, a estiagem representa não apenas uma crise ambiental, mas também social e econômica, afetando diretamente a vida de milhares de agricultores e habitantes dessas regiões.
O governo de Goiás, junto a órgãos competentes, agora trabalha na implementação de estratégias de enfrentamento à estiagem, enquanto monitora de perto a situação climática dos municípios em emergência, esperando que medidas paliativas possam aliviar os efeitos devastadores da seca prolongada.
Fonte: Pensar Agro