Connect with us


Economia

Quebra da safra afeta o PIB do Paraná que cai 1,61% no primeiro trimestre

Publicado em

AE-PR

O Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná caiu 1,61% no 1º trimestre de 2019 na comparação com o mesmo período de 2018. Segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), entre os três grandes setores que compõem a economia regional, a agropecuária apresentou o pior resultado (-7,26%), provocado pela redução de 15,8% na safra de verão da soja, mas houve queda em todos os índices. No comparativo com o último trimestre de 2018, a diminuição foi de 1,2%.

O economista Julio Suzuki Júnior, diretor do Centro de Pesquisa do Ipardes, explica que o resultado leva em conta fatores que escapam do controle dos agentes públicos locais, como problemas climáticos e retomada lenta dos investimentos em nível federal. “A estiagem deste ano levou a dois fatores preponderantes para este resultado: queda na produção agrícola da soja, principal item do PIB agropecuário, e baixa produção de energia, com níveis fracos nos reservatórios”, afirmou.

O setor industrial, que engloba os segmentos de transformação, construção civil e serviços industriais de utilidade pública (energia elétrica, água, esgoto e gás), registrou queda de -0,26%. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), os geradores de energia do Paraná produziram, no primeiro trimestre, 22,7% menos do que no mesmo intervalo do ano passado. Especificamente em relação a Itaipu, houve decréscimo de 26,7% na produção, como resultado dos baixos níveis do reservatório da usina no período.

Também houve retração no setor de serviços, de -0,56%. Esse resultado levou em conta baixas nas atividades de informação, comunicação e no segmento financeiro.

Leia mais:  Justiça autoriza Anac a redistribuir os 'slots' da Avianca Brasil

POSITIVO – Apesar das quedas, o economista do Ipardes indica que há tendências positivas para os próximos meses em função da retomada do emprego no Paraná e do dinamismo da indústria de transformação.

“O setor de serviços será beneficiado em breve pela recuperação do emprego e renda da população. A retomada do mercado de trabalho do Estado ainda não se traduziu em aumento do consumo porque os efeitos não são imediatos, mas a tendência é positiva para os próximos meses“, pontuou.

Suzuki destacou ainda que a indústria segue demonstrando capacidade de investimento e que houve recuperação nos reservatórios de Itaipu e do Sistema Copel com reservas para o inverno, o que deve elevar os resultados do setor industrial no próximo ciclo.

FUTURO – Apesar da crise econômica nacional e das perdas na safra de soja, o Estado conseguiu atrair até maio R$ 12,5 bilhões em investimentos privados e abriu 105.130 empresas, com saldo positivo de 8,4 mil novos negócios em relação ao mesmo período de 2018. Com o programa de incentivos do Estado, o governador Carlos Massa Ratinho Junior projeta a atração de R$ 20 bilhões em empreendimentos até o final deste ano.

Os R$ 12,5 bilhões prospectados pelo Estado significam crescimento de mais de 500% em relação a tudo que entrou via Agência Paraná Desenvolvimento (APD) em 2018, em torno de R$ 1,99 bilhão. Esse valor foi puxado pelo investimento anunciado pela Klabin em Ortigueira, na casa de R$ 9,1 bilhões, maior anúncio de expansão da América Latina neste ano, e do Grupo Madero, em torno de R$ 600 milhões.

Leia mais:  Produtos da festa junina sobem quase duas vezes mais que a inflação

Em relação a abertura de negócios, são 105.130 novas empresas registradas entre janeiro e maio, contra 96.665 do mesmo período do ano passado, aumento de quase 10%. Os números englobam os pedidos da Junta Comercial do Paraná e aqueles registrados diretamente em cartório. Maio, inclusive, foi o melhor mês do ano, com 23.919 novos negócios. Nos cinco primeiros meses, apenas em abril de 2019 o número foi inferior ao ano passado, e por uma diferença de 136 empresas.

O Paraná também fechou os 120 primeiros dias do ano como o quarto Estado que mais contratou, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Com 8.464 novos empregos, o Paraná também foi o terceiro estado do País que mais gerou vagas nos pequenos negócios no mês de abril, segundo levantamento do Sebrae, baseado nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.

Além disso o Estado também reorganizou a máquina pública com a reforma administrativa, que enxugou o número de secretarias e cargos, e revisão e renegociação de contratos, com economia anual estimada de pelo menos R$ 85 milhões.

Comentários Facebook

Economia

CCR arremata Lote três e investirá R$ 16 bilhões

Published

on

Ratinho Junior (Foto: AEN)

Com desconto de 26,6% em relação ao valor da tarifa de referência estipulada em edital (R$ 0,14596), a CCR S.A foi a vencedora do leilão do Lote 3 do novo pacote de concessões rodoviárias do Paraná, realizado na sede da B3, a Bolsa de Valores do Brasil, em São Paulo. Ele conecta a segunda cidade mais populosa do Estado, Londrina, com Curitiba e o Porto de Paranaguá. Com a proposta, os descontos em relação às antigas tarifas praticadas no trecho, se estivessem vigentes, podem ser de mais de 50%.

“Hoje damos mais um passo em direção à modernização das nossas rodovias, com muitas obras a um preço justo, em uma grande e transparente disputa na B3. Sem demagogia, sem falsas promessas, estamos tirando do papel o maior pacote de infraestrutura rodoviária da América Latina, o que vai dar mais segurança e agilidade às estradas do Estado”, afirmou Carlos Massa Ratinho Junior (PSD).

O leilão que definiu a vencedora foi disputado por quatro empresas interessadas. Além da CCR, participaram também os consórcios InfraBR V, Infraestrutura PR e Paraná 41 Oportunity.

Durante o leilão, as proponentes apresentaram envelopes com propostas com descontos que variavam de início entre 16,42% e 24,08% em relação à tarifa básica de pedágio. Como a diferença entre as melhores propostas foi menor do que 5%, o certame foi decidido em lances a viva-voz por três das empresas que ofereceram os maiores descontos. A disputa durou mais de 20 minutos, com 22 lances que aumentaram o desconto ofertado em 1,8% até a oferta vencedora da CCR.

O Lote 3 faz parte da Malha Norte, que abrange 22 cidades e faz a ligação do Norte do Estado com o eixo rodoviário da BR-277, chegando até o Porto de Paranaguá. São 569 quilômetros envolvendo as rodovias federais BR-369, BR-373 e BR-376, e as estaduais PR-170, PR-323, PR-445 e PR-090. A previsão é que a concessionária vencedora do leilão invista R$ 9,8 bilhões em obras, além de R$ 6 bilhões em serviços operacionais.

As rodovias atendidas nesse trecho atravessam as cidades de Sertaneja, Sertanópolis, Londrina, Cambé, Ibiporã, Tamarana, Mauá da Serra, Marilândia do Sul, Califórnia, Apucarana, Arapongas, Cambira, Jandaia do Sul, Mandaguari, Ortigueira, Imbaú, Faxinal, Tibagi, Ipiranga, Ponta Grossa, Palmeira e Balsa Nova. A previsão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é gerar 143 mil empregos, entre diretos, indiretos e efeito renda.

Leia mais:  Cesta básica de Curitiba cai em junho, mas mantém alta no ano

PRINCIPAIS INTERVENÇÕES — Estão previstos 132 quilômetros de duplicações e 24,6 quilômetros de faixas adicionais. Entre as novidades está o Contorno de Apucarana, no Vale do Ivaí, ligando a BR-369 à BR-376 e com 13,8 quilômetros de extensão. A região também deve ganhar o Contorno de Califórnia, com pouco mais de cinco quilômetros, ligando dois trechos da BR-376.

Já Ponta Grossa ganhará dois novos contornos: o Contorno Norte, com extensão total de 14,65 quilômetros, entre a BR-376 e a BR-373, e o Contorno Leste, que vai ligar a BR-373 à PR-151 e terá 27,7 quilômetros de extensão.

O Lote 3 também vai concluir a duplicação da Rodovia do Café (BR-376), entre Mauá da Serra e Ponta Grossa. Serão duplicados 52,58 quilômetros da BR-376, divididos em quatro segmentos, passando por Mauá da Serra, Ortigueira e as proximidades de Imbaú.

Dentro das obras previstas neste lote também está a duplicação da PR-445 e da PR-323 entre Cambé, na região Norte, até a divisa com São Paulo. Outra obra importante prevista no contrato é a área de escape na Serra do Cadeado, em Mauá da Serra, que deve ser construída na altura do km 305 da BR-376.

Os contratos preveem que as principais intervenções sejam executadas nos primeiros anos dos 30 de vigência da concessão. A empresa contratada também deverá arcar com os custos operacionais durante o período, o que inclui serviços médico e mecânico, pontos de parada de descanso para caminhoneiros e sistema de balanças de pesagem.

Serão sete praças de pedágio (cinco existentes e duas novas), localizadas em Sertaneja, Mauá da Serra, Ortigueira, Imbaú, Tibagi, Londrina e na Colônia Witmarsum.

NOVIDADES – Segundo a ANTT, os projetos incluem a instalação de câmeras com tecnologia OCR para reconhecimento de placas, detecção automática de incidentes, painéis de mensagem variável, sistema de pesagem automático e monitoramento meteorológico. A conectividade será garantida em toda a concessão.

Esses contratos também permitirão a migração do sistema de cobrança convencional (praça de pedágio) para o sistema eletrônico de livre passagem (Free Flow), a pedido do Governo.

Outra vantagem do novo modelo é para os motoristas que costumam passar pelas praças de pedágio mais de uma vez ao mês. O sistema chamado de Desconto de Usuários Frequente (DUF) garante um desconto percentual cumulativo e variável de acordo com a praça baseado em cálculos técnicos ao longo de um mesmo mês. Usuários de tags também serão beneficiados com tarifa menor.

Leia mais:  Geração de emprego em maio fica positivo no Paraná, mas perde feio para abril

MODELO — A concessão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguiu as mesmas regras dos Lotes 1 e 2, leiloados em 2023 e em operação desde o início deste ano. Os principais pontos defendidos pelo Governo do Paraná e o setor produtivo do Estado desde o início da tramitação do processo eram de aliar preço justo e disputa pela menor tarifa, garantia de obras e ampla concorrência.

A elaboração do programa de concessões foi objeto de um amplo estudo técnico que envolveu a realização de diversas consultas públicas e milhares de colaborações de usuários, batendo o recorde de um processo deste tipo pela ANTT.

OUTROS LEILÕES — Com o fim da concessão do antigo Anel de Integração em 2021, o Governo, em parceria com a ANTT, governo federal e sociedade civil, trabalharam em um modelo inédito no País, unindo rodovias federais e estaduais em um mesmo programa, dividido em seis lotes.

O leilão do Lote 1 aconteceu em agosto de 2023, tendo como vencedor o Grupo Pátria, que deverá investir R$ 7,9 bilhões em obras de melhorias e manutenção em trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427.

Já o leilão do Lote 2 aconteceu um mês depois, em setembro, vencido pelo Grupo EPR, com investimentos previstos de R$ 10,8 bilhões em obras nas rodovias BR-153, BR-277, BR-369, PR-092, PR-151, PR-239, PR-407, PR-408, PR-411, PR-508, PR-804 e PR-855.

O leilão do Lote 6 acontece na próxima semana, no dia 19 de dezembro, também na B3. São 662 quilômetros das rodovias BR-163, BR-277, PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483, com investimento de R$ 20 bilhões. Os Lotes 4 e 5 serão leiloadas em 2025.

No total, serão 3,3 mil quilômetros de estradas concedidas à iniciativa privada, sendo 1,1 mil quilômetros destas de rodovias estaduais. Os investimentos devem ultrapassar R$ 60 bilhões durante as três décadas de contrato.

PRESENÇAS — Também participaram do leilão o vice-governador Darci Piana; os secretários estaduais de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex; da Fazenda, Norberto Ortigara; do Planejamento, Guto Silva; da Saúde, Beto Preto; o diretor-presidente do DER, Fernando Furiatti; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; os deputados estaduais Alexandre Curi, Marcelo Rangel, Tiago Amaral, Adriano José e Do Carmo.

Comentários Facebook
Continuar lendo

Mais Lidas da Semana

Copyright © 2019 - Agência InfocoWeb - 66 9.99774262