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Curitiba

Caminhada pelas ruas de Curitiba pede um ‘basta’ contra a violência racial

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Bem Paraná - Rodolfo Luis Kowalski

A cada 50 minutos, uma pessoa negra é morta no Brasil, vítima de algum tipo de agressão, segundo informações do Datasus. Só no Paraná, a cada ano são registradas entre 220 e 240 mortes do topo entre essa população. E para dar um grito de ‘basta’ a essa situação, mulheres negras se reuniram neste domingo (21), no Centro Histórico de Curitiba, e realizaram a Caminhada Mães Pretas pela vida de seus Filhos.

A caminhada começou com concentração na Praça de Bolso do Ciclista, no bairro São Francisco e depois seguiu até a Igreja do Rosário, no Largo da Ordem, onde foram feitas leituras e discursos nas escadarias da igreja. A escolha do destino final, inclusive, é simbólica: a primeira igreja do Rosário foi construída por escravos e para os escravos, tendo sido inaugurada em 1737. Foi a terceira igreja de Curitiba, depois da Matriz e da Igreja da Ordem. O nome original era Igreja de Nossa Senhora dos Pretos de São Benedito.

“Na época da mais profunda escravidão, os negros eram proibidos de frequentar a Igreja da Catedral. Como não podiam entrar, construíram outra igreja para fazer seus cultos, que foi a Igreja do Rosário. Anos depois, a catedral entrou em reforma, as pessoas brancas pediram emprestado a Igreja do Rosário e depois nunca mais devolveram”, conta Telma Mello, organizadora da caminhada.

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Aos pés da igreja, então, participantes da caminhada leram relatos sobre a violência cometida contra a população negra (homens e mulheres). Não à toa, o mote da manifestação era “Negras pela paz: basta de tiros e prisões, basta de execução.”
“A caminhada é pela vida dos nossos filhos. Cada vez que o filho de uma mãe preta sai às ruas, a mãe não sabe se o filho volta para casa, porque ele sempre estará na linha de tiro da segurança institucionalizada pelo Estado. As mulheres, as mães negras estão bem mobilizadase nós todas estamos na rua pedindo pela paz, para que parem de matar os nossos filhos”, explica Telma.

Algumas das críticas mais fortes dos manifestantes são direcionadas à proposta apresentada ao Congresso pelo ex-juiz e ministro da Justiça Sergio Moro, o excludente de ilicitude, que amplia as previsões do que seria legítima defesa em caso de mortes provocadas por agentes policiais. Outra preocupação é o encarceramento em massa da população negra.

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“O excludente de ilicitude é uma licença paramatar. E quem a PM, a polícia mata? Jovens negros, haja vista o genocídio da população negra”, comenta Telma. “Nós lutamos há 500 anos contra o racismo. Não vejo perspectiva (de melhora). Nós já conseguimos muitos avanços, mas agora tivemos um retrocesso. As cotas estão sendo cortadas, estamos sofrendo muitas coisas”, finaliza a organizadora da caminhada.

Rápida

Dia da Mulher Negra
Desde 1992, quando foi realizado na República Dominicana o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, o dia 25 de julho foi definido como o Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. Além disso, em 2014, a Lei nº 12.987, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, definiu que na data também se celebra o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza foi uma líder quilombola que viveu durante o século XVIII e que foi rainha de um quilombo, que liderou por duas décadas, ajudando a comunidade negra e indígena a resistir à escravidão. O quilombo foi desfeito em 1770, quando as forças de Luiz Pinto de Souza destruiu o local e matou ou aprisionou os 79 negros e 30 índios que ali viviam.

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Curitiba

Polícia prende suspeito de assassinar jornalista em Curitiba

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Cristiano Luis Freitas (Redes sociais)

O homem, de 27 anos, era investigado pelos crimes de roubo e extorsão contra seis vítimas. A polícia localizou o indivíduo em um flat no Centro da capital

 

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu o homem suspeito de assassinar o jornalista Cristiano Freitas. A vítima foi encontrada morta em sua casa, no bairro Jardim das Américas, em Curitiba, na tarde de terça-feira (4).

J. B. C., de 27 anos, era investigado pelos crimes de roubo e extorsão contra seis vítimas. Segundo as investigações, ele marcava encontros por aplicativo e depois realizava ameaças, com uso de arma de fogo, para que as vítimas efetuassem transações via pix.

As investigações apontam que o suspeito criava perfis falsos em redes sociais e se infiltrava em sites de relacionamentos para marcar encontros. Uma das vítimas relatou à polícia que foi forçada a fazer várias transações bancárias sob ameaças.

O veículo utilizado pelo suspeito, um HB20, foi identificado pela polícia, o que ajudou a localizá-lo em um flat no Centro de Curitiba. Ele foi levado para a Delegacia de Furtos e Roubos.

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Morte de jornalista causou grande comoção

A morte de Cristiano Luis de Freitas provocou um choque e comoveu o meio. Nas redes sociais, foram muitas as homenagens ao jornalista de 48 anos.

Ele também integrava a equipe do Festival de Teatro de Curitiba, que divulgou uma nota de pesar:

“É com profunda tristeza que informamos o falecimento do jornalista Cristiano Freitas, membro da equipe de assessoria de imprensa do 33 º Festival de Curitiba, aos 46 anos. Apaixonado por arte e cultura, Cris teve uma trajetória marcante em diversos veículos de comunicação e se destacava como um grande conhecedor do teatro. Este ano, a convite do coordenador Maximilian Santos, realizou um antigo desejo ao integrar nossa equipe, trazendo sua experiência, talento e entusiasmo.

Infelizmente, nosso colega foi encontrado em sua casa, e a causa de sua morte ainda não foi esclarecida. Estamos todos consternados, em choque e profundamente tristes com essa perda repentina. Em poucos dias de trabalho conosco, Cris já havia deixado sua marca, contribuindo com entrevistas, ideias e pautas instigantes, sempre com dedicação e energia contagiante. Seu entusiasmo fará muita falta.

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Expressamos nossos mais sinceros sentimentos à família, amigos e colegas que tiveram o privilégio de conhecê-lo e compartilhar momentos ao seu lado”.

No Instagram muitas postagens lembram com carinho do jornalista. “Uma das melhores pessoas que eu tive o prazer de conhecer na vida. Me ensinou TANTO. Um homem gentil, educado, atencioso, extremamente competente, sensível e acolhedor. Com um tino inacreditável para lidar e ensinar adolescentes. Um comunicador nato”, escreveu a vereadora Laís Leão (PDT).

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