Economia
Máquinas e equipamentos “salvam” produção industrial do Paraná
Um cenário de acomodação. É praticamente assim que se pode definir o resultado da pesquisa mensal do IBGE, que avalia o desempenho da indústria paranaense. O crescimento tímido em abril, de apenas 0,3%, revela que a produção industrial do estado reduziu o ritmo de crescimento que vinha apresentando desde janeiro, ficando praticamente estável, mesmo resultado obtido na pesquisa nacional.
O indicador é melhor quando comparado com o mesmo mês de 2018, com alta de 2,1%. No país, esta mesma avaliação detectou queda de 3,9%. Já no acumulado do ano, de janeiro a abril, o estado contabiliza elevação de 6,2% na produção industrial, enquanto o Brasil registrou redução de 2,7%. E na avaliação dos últimos 12 meses, de maio de 2018 até abril deste ano, o indicador também é favorável no Paraná, com 3,1% de crescimento contra queda de 1,1% no nacional.
“Estes resultados revelam que, embora o ritmo de crescimento da produção industrial no Paraná venha diminuindo mês a mês, o estado, junto com o Rio Grande do Sul, ainda tem puxado o crescimento do setor no país”, pontua o economista da Fiep, Evânio Felippe. Os três estados do Sul têm obtido bons resultados, acumulando altas significativas no ano e nos últimos 12 meses.
No acumulado de janeiro a abril abril, o crescimento da produção industrial se deu principalmente pelo desempenho do setor de máquinas e equipamentos, com crescimento de 22,3%; seguido pelo automotivo, com 15,6%; e de alimentos, com 10,4%. “Estas também são as principais atividades econômicas do estado e as que mais têm contribuído para os bons resultados no acumulado do ano. Duas delas têm relação direta com o agronegócio, que tem previsão de crescimento para este ano, segundo o IBGE. Só para a safra de grãos, a perspectiva é de 3,6% de alta”, justifica.
O setor de máquinas e equipamentos, por exemplo, revelou aumento de demanda por colheitadeiras, reboques e semirreboques, além de aparelhos de refrigeração e ar condicionado. No automotivo, houve crescimento na venda de automóveis para atender a demanda interna. E no segmento de alimentos, carnes e miudezas, rações para animais e açúcar contribuíram para o bom resultado do mês. “Apesar da posição de liderança do Paraná, os resultados poderiam ser ainda melhores se a economia brasileira não estivesse passando por dificuldades no âmbito interno e externo. A morosidade na aprovação das reformas da previdência e tributária, em Brasília, e a redução na atividade de comércio exterior em função da disputa comercial entre Estados Unidos e China, além da crise na Argentina, parceiros importantes do estado, podem ter influenciado o resultado”, avalia Felippe.
Sondagem
Na pesquisa Sondagem Industrial realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), referente aos dados de abril, 55% das empresas pesquisadas apontaram estabilidade e 31% queda no volume de produção. No mês anterior, neste mesmo indicador 21% das empresas sinalizava queda no volume de produção, e 59% estabilidade. Isso justifica, em parte, o crescimento tímido de 0,3% no mesmo mês.Em relação ao nível de utilização da capacidade instalada, comparando abril deste ano com de 2018, 53,1% está em operando abaixo do usual para o mês. Apenas 2% declararam estar acima. Em março, 4,5% das participantes informaram operar acima do usual e 38,6%, abaixo.Outra informação relevante é que 63% das empresas confirmaram atuar abaixo de 70% da capacidade instalada. No mês anterior este mesmo dado era de 57%. O estoque de produtos finais também está acima do planejado para 33% das pesquisadas, contra 27% registrados em março. Os dados sugerem uma dificuldade maior de comercialização das mercadorias.
Economia
CCR arremata Lote três e investirá R$ 16 bilhões
Com desconto de 26,6% em relação ao valor da tarifa de referência estipulada em edital (R$ 0,14596), a CCR S.A foi a vencedora do leilão do Lote 3 do novo pacote de concessões rodoviárias do Paraná, realizado na sede da B3, a Bolsa de Valores do Brasil, em São Paulo. Ele conecta a segunda cidade mais populosa do Estado, Londrina, com Curitiba e o Porto de Paranaguá. Com a proposta, os descontos em relação às antigas tarifas praticadas no trecho, se estivessem vigentes, podem ser de mais de 50%.
“Hoje damos mais um passo em direção à modernização das nossas rodovias, com muitas obras a um preço justo, em uma grande e transparente disputa na B3. Sem demagogia, sem falsas promessas, estamos tirando do papel o maior pacote de infraestrutura rodoviária da América Latina, o que vai dar mais segurança e agilidade às estradas do Estado”, afirmou Carlos Massa Ratinho Junior (PSD).
O leilão que definiu a vencedora foi disputado por quatro empresas interessadas. Além da CCR, participaram também os consórcios InfraBR V, Infraestrutura PR e Paraná 41 Oportunity.
Durante o leilão, as proponentes apresentaram envelopes com propostas com descontos que variavam de início entre 16,42% e 24,08% em relação à tarifa básica de pedágio. Como a diferença entre as melhores propostas foi menor do que 5%, o certame foi decidido em lances a viva-voz por três das empresas que ofereceram os maiores descontos. A disputa durou mais de 20 minutos, com 22 lances que aumentaram o desconto ofertado em 1,8% até a oferta vencedora da CCR.
O Lote 3 faz parte da Malha Norte, que abrange 22 cidades e faz a ligação do Norte do Estado com o eixo rodoviário da BR-277, chegando até o Porto de Paranaguá. São 569 quilômetros envolvendo as rodovias federais BR-369, BR-373 e BR-376, e as estaduais PR-170, PR-323, PR-445 e PR-090. A previsão é que a concessionária vencedora do leilão invista R$ 9,8 bilhões em obras, além de R$ 6 bilhões em serviços operacionais.
As rodovias atendidas nesse trecho atravessam as cidades de Sertaneja, Sertanópolis, Londrina, Cambé, Ibiporã, Tamarana, Mauá da Serra, Marilândia do Sul, Califórnia, Apucarana, Arapongas, Cambira, Jandaia do Sul, Mandaguari, Ortigueira, Imbaú, Faxinal, Tibagi, Ipiranga, Ponta Grossa, Palmeira e Balsa Nova. A previsão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é gerar 143 mil empregos, entre diretos, indiretos e efeito renda.
PRINCIPAIS INTERVENÇÕES — Estão previstos 132 quilômetros de duplicações e 24,6 quilômetros de faixas adicionais. Entre as novidades está o Contorno de Apucarana, no Vale do Ivaí, ligando a BR-369 à BR-376 e com 13,8 quilômetros de extensão. A região também deve ganhar o Contorno de Califórnia, com pouco mais de cinco quilômetros, ligando dois trechos da BR-376.
O Lote 3 também vai concluir a duplicação da Rodovia do Café (BR-376), entre Mauá da Serra e Ponta Grossa. Serão duplicados 52,58 quilômetros da BR-376, divididos em quatro segmentos, passando por Mauá da Serra, Ortigueira e as proximidades de Imbaú.
Dentro das obras previstas neste lote também está a duplicação da PR-445 e da PR-323 entre Cambé, na região Norte, até a divisa com São Paulo. Outra obra importante prevista no contrato é a área de escape na Serra do Cadeado, em Mauá da Serra, que deve ser construída na altura do km 305 da BR-376.
Os contratos preveem que as principais intervenções sejam executadas nos primeiros anos dos 30 de vigência da concessão. A empresa contratada também deverá arcar com os custos operacionais durante o período, o que inclui serviços médico e mecânico, pontos de parada de descanso para caminhoneiros e sistema de balanças de pesagem.
Serão sete praças de pedágio (cinco existentes e duas novas), localizadas em Sertaneja, Mauá da Serra, Ortigueira, Imbaú, Tibagi, Londrina e na Colônia Witmarsum.
NOVIDADES – Segundo a ANTT, os projetos incluem a instalação de câmeras com tecnologia OCR para reconhecimento de placas, detecção automática de incidentes, painéis de mensagem variável, sistema de pesagem automático e monitoramento meteorológico. A conectividade será garantida em toda a concessão.
Esses contratos também permitirão a migração do sistema de cobrança convencional (praça de pedágio) para o sistema eletrônico de livre passagem (Free Flow), a pedido do Governo.
MODELO — A concessão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguiu as mesmas regras dos Lotes 1 e 2, leiloados em 2023 e em operação desde o início deste ano. Os principais pontos defendidos pelo Governo do Paraná e o setor produtivo do Estado desde o início da tramitação do processo eram de aliar preço justo e disputa pela menor tarifa, garantia de obras e ampla concorrência.
A elaboração do programa de concessões foi objeto de um amplo estudo técnico que envolveu a realização de diversas consultas públicas e milhares de colaborações de usuários, batendo o recorde de um processo deste tipo pela ANTT.
OUTROS LEILÕES — Com o fim da concessão do antigo Anel de Integração em 2021, o Governo, em parceria com a ANTT, governo federal e sociedade civil, trabalharam em um modelo inédito no País, unindo rodovias federais e estaduais em um mesmo programa, dividido em seis lotes.
O leilão do Lote 1 aconteceu em agosto de 2023, tendo como vencedor o Grupo Pátria, que deverá investir R$ 7,9 bilhões em obras de melhorias e manutenção em trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427.
Já o leilão do Lote 2 aconteceu um mês depois, em setembro, vencido pelo Grupo EPR, com investimentos previstos de R$ 10,8 bilhões em obras nas rodovias BR-153, BR-277, BR-369, PR-092, PR-151, PR-239, PR-407, PR-408, PR-411, PR-508, PR-804 e PR-855.
O leilão do Lote 6 acontece na próxima semana, no dia 19 de dezembro, também na B3. São 662 quilômetros das rodovias BR-163, BR-277, PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483, com investimento de R$ 20 bilhões. Os Lotes 4 e 5 serão leiloadas em 2025.
No total, serão 3,3 mil quilômetros de estradas concedidas à iniciativa privada, sendo 1,1 mil quilômetros destas de rodovias estaduais. Os investimentos devem ultrapassar R$ 60 bilhões durante as três décadas de contrato.
PRESENÇAS — Também participaram do leilão o vice-governador Darci Piana; os secretários estaduais de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex; da Fazenda, Norberto Ortigara; do Planejamento, Guto Silva; da Saúde, Beto Preto; o diretor-presidente do DER, Fernando Furiatti; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; os deputados estaduais Alexandre Curi, Marcelo Rangel, Tiago Amaral, Adriano José e Do Carmo.
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