Curitiba
Clandestinos disputam passageiros e brigam com taxistas e motoristas de apps no aeroporto

A plataforma de desembarque no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba tornou-se espaço de irregularidade, que ameaça a segurança de quem chega a capital do Paraná. O local, usado por passageiros está atraindo motoristas clandestinos que se apresentam como se fossem cadastrados em aplicativos de carona. Brigas dentro do terminal e ameaças de morte foram presenciadas e aumentaram o clima de tensão na última semana.
Na última segunda-feira (13), uma briga dentro de um dos banheiros envolveu uma taxista e outras duas pessoas apontadas como clandestinos. A mulher ficou ferida na cabeça e nas costas e provocou uma correria no saguão dos companheiros de táxi. Equipes da Polícia Militar (PM) e da Guarda Municipal de São José dos Pinhais foram acionadas pela segurança operacional e patrimonial do Afonso Pena. A PM ouviu os envolvidos, registrou a ocorrência e os brigões foram liberados.
Após a confusão, ameaças de morte. Um clandestino chegou a avisar a um taxista que sabia onde ele morava e que algo poderia acontecer na base da força. “O bagulho vai ficar louco e não vamos ficar apanhando. Puxe minha ficha e vai perceber que não devo nada. Paguei tudo! Fui presidiário e tenta fazer algo. Não agride sem saber quem é irmão, temos a força da arma”, reforçou o pirata preocupado com a mobilização entre taxistas e aplicativos regularizados.
Como funciona o clandestino?

O esquema dos clandestinos não é nenhuma surpresa para quem está acostumado a frequentar o aeroporto. A abordagem ao passageiro que desembarca no aeroporto funciona com duas mulheres. Elas se aproximam do viajante e perguntam se estão precisando de um motorista.
“Vai uma corrida com aplicativo? É mais barato que pedir, hein? Já tem um ali esperando o senhor”, são frases ditas que funcionam como uma espécie de pressão e estratégia para que o passageiro que muitas vezes está um pouco desorientado entre na conversa e aceite o clandestino. Ao entrar no carro, o pirata alega que não liga o aplicativo, pois a plataforma irá recolher parte do pagamento com as taxas da corrida. Se o passageiro chegou a fazer o pedido de um carro, o motorista aconselha o aconselha o cancelamento.
Adriano Orosco, 42 anos, é presidente da União Nacional dos Motoristas de Aplicativos (UNMA) e relatou à Tribuna do Paraná que este grupo montou uma espécie de milícia nas proximidades do aeroporto e que eles usam da violência para amedrontar outros motoristas.
“Eles começaram a montar uma milícia e têm hoje aproximadamente 20 carros. Sabemos as placas e quem são, mas não podemos entrar em confronto. Eles ameaçam com chave de roda e chegaram a quebrar vidros de um taxista. Já teve casos em que lesaram o consumidor com preços acima do mercado nas corridas e o passageiro não tem nenhuma segurança dentro de um carro clandestino”, comentou o presidente da UNMA.
Preocupado com esta ação agressiva dos piratas, Adriano Orosco já pediu ajuda as autoridades competentes nas proximidades e dentro do próprio aeroporto.
Busca pelos “piratas”
A Secretaria de Transporte e Trânsito de São José dos Pinhais, responsável pela fiscalização no Aeroporto Internacional Afonso Pena, acompanha o caso desde o fim do ano passado, após denúncias de taxistas e motoristas de aplicativos. Na semana passada, Fabricio Tambolo, diretor da secretaria, acompanhou uma blitz na tentativa de localizar os clandestinos.
“É fácil verificar a irregularidade, mas quando chegamos lá, eles foram avisados da nossa presença. Já tivemos anteriormente casos de pessoas envolvidas com o tráfico de drogas, com diversos antecedentes criminais e portando tornozeleira eletrônica. São dois ou três grupos que atuavam na Rodoferroviária de Curitiba e agora migraram para São José dos Pinhais. Estamos fiscalizando com a apoio das Policias Civil e Militar e encaramos como transporte clandestino de pessoas, que é uma infração gravíssima ao Código de Trânsito. O transportador pode ser punido com multa de até R$ 1,5 mil e de ter o veículo apreendido”, explicou Fabrício.
Já a Infraero, administradora do Aeroporto Afonso Pena informou, por meio de nota, que mantém diálogo constante com órgãos de segurança para garantir tranquilidade dentro das instalações. A empresa conta também com uma equipe de segurança que realiza rondas pela área do aeroporto e caso aconteça alguma atitude suspeita ou ilícita no saguão ou em outras áreas, as autoridades policiais competentes são acionadas imediatamente.
A Polícia Civil, no entanto, ainda não teve reclamação registradas por usuários ou até mesmo das ameaças aos motoristas. “Indicamos que os usuários fiquem atentos e evitem pegar este tipo de infrator. Os aplicativos possuem motoristas capacitados e com a realização de uma triagem que verifica todos os dados da pessoa. É primordial que as pessoas denunciem os clandestinos”, explicou Marcelo Magalhães, delegado da Furtos e Roubos de Curitiba.

Curitiba
Polícia prende suspeito de assassinar jornalista em Curitiba

O homem, de 27 anos, era investigado pelos crimes de roubo e extorsão contra seis vítimas. A polícia localizou o indivíduo em um flat no Centro da capital
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu o homem suspeito de assassinar o jornalista Cristiano Freitas. A vítima foi encontrada morta em sua casa, no bairro Jardim das Américas, em Curitiba, na tarde de terça-feira (4).
J. B. C., de 27 anos, era investigado pelos crimes de roubo e extorsão contra seis vítimas. Segundo as investigações, ele marcava encontros por aplicativo e depois realizava ameaças, com uso de arma de fogo, para que as vítimas efetuassem transações via pix.
As investigações apontam que o suspeito criava perfis falsos em redes sociais e se infiltrava em sites de relacionamentos para marcar encontros. Uma das vítimas relatou à polícia que foi forçada a fazer várias transações bancárias sob ameaças.
O veículo utilizado pelo suspeito, um HB20, foi identificado pela polícia, o que ajudou a localizá-lo em um flat no Centro de Curitiba. Ele foi levado para a Delegacia de Furtos e Roubos.
Morte de jornalista causou grande comoção
A morte de Cristiano Luis de Freitas provocou um choque e comoveu o meio. Nas redes sociais, foram muitas as homenagens ao jornalista de 48 anos.
Ele também integrava a equipe do Festival de Teatro de Curitiba, que divulgou uma nota de pesar:
“É com profunda tristeza que informamos o falecimento do jornalista Cristiano Freitas, membro da equipe de assessoria de imprensa do 33 º Festival de Curitiba, aos 46 anos. Apaixonado por arte e cultura, Cris teve uma trajetória marcante em diversos veículos de comunicação e se destacava como um grande conhecedor do teatro. Este ano, a convite do coordenador Maximilian Santos, realizou um antigo desejo ao integrar nossa equipe, trazendo sua experiência, talento e entusiasmo.
Infelizmente, nosso colega foi encontrado em sua casa, e a causa de sua morte ainda não foi esclarecida. Estamos todos consternados, em choque e profundamente tristes com essa perda repentina. Em poucos dias de trabalho conosco, Cris já havia deixado sua marca, contribuindo com entrevistas, ideias e pautas instigantes, sempre com dedicação e energia contagiante. Seu entusiasmo fará muita falta.
Expressamos nossos mais sinceros sentimentos à família, amigos e colegas que tiveram o privilégio de conhecê-lo e compartilhar momentos ao seu lado”.
No Instagram muitas postagens lembram com carinho do jornalista. “Uma das melhores pessoas que eu tive o prazer de conhecer na vida. Me ensinou TANTO. Um homem gentil, educado, atencioso, extremamente competente, sensível e acolhedor. Com um tino inacreditável para lidar e ensinar adolescentes. Um comunicador nato”, escreveu a vereadora Laís Leão (PDT).