Paulo Roberto Salvador é o primeiro denunciado pela força-tarefa Lava Jato do MPF (Ministério Público Federal) em 2020. Salvador é representante e administrador da Editora Gráfica Atitude e foi denunciado pelo crime de lavagem de R$ 2,4 milhões em dinheiro desviado da Petrobras.
Nesta quinta-feira (16), o MPF pediu a condenação de Salvador, além do bloqueio de R$ 2,4 milhões, dinheiro referente à propina recebida pelo empresário.
A lavagem de dinheiro foi cometida entre os anos de 2010 e 2013 por meio de contratos falsos de prestação de serviços com o Grupo Setal/SOG Óleo e Gás.
Salvador tinha o auxílio do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, além do executivo do Grupo Setal/SOG Óleo e Gás Augusto Ribeiro de Mendonça e do ex-diretor da Área de Serviços da Petrobras Renato de Souza Duque.
A Editora Gráfica Atitude tinha como tarefa dentro do esquema receber uma parte do dinheiro desviado por meio de contratos falsos. Segundo a denúncia do MPF, Mendonça prometeu pagamentos de propina para Duque e Vaccari em uma série de contratos de obras nos seguintes empreendimentos:
- Terminais de Cabiúnas 2 e 3;
- Repar (Refinaria Getúlio Vargas)
- Replan (Refinaria de Paulínia)
- Revap (Refinaria Henrique Lage)
Nesses contratos fraudados foram desviados R$ 66 milhões pelo Grupo Setal/SOG Óleo e Gás, sendo que desse montante saíram os R$ 2,4 milhões pagos para Salvador.
As investigações ainda mostraram que Vaccari e Salvador eram próximos, sendo que o ex-tesoureiro recomendou os repasses para a Editora Gráfica Atitude. Inclusive, aparecem como sócios da empresa o Sindicato dos Empregados de Estabelecimentos Bancários de São Paulo/SP e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Em 2010, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) condenou a Editora Gráfica Atitude pelo crime de propagando eleitoral ilícita em um material da então candidata a presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff.